Setor de tecnologia poderá representar 10% do PIB catarinense até 2030

Desenvolvimento do interior impulsiona crescimento do setor em todas as regiões do estado
Esse movimento reflete um ecossistema cada vez mais integrado e distribuído pelo estado

O setor de tecnologia de Santa Catarina vive um momento de expansão para além da capital, consolidando o estado como um dos principais polos tecnológicos do Brasil. Florianópolis, reconhecida como a capital nacional das startups, continua liderando o setor, mas outras regiões do estado também ganham força. Municípios polos em diferentes mesorregiões vem registrando um crescimento expressivo — Joinville, maior município do estado, viu sua arrecadação quase dobrar entre 2019 e 2023. Em Itajaí, o aumento foi ainda mais significativo, chegando a 135,6% no período. Já Blumenau teve um salto impressionante, passando de R$ 4 milhões para R$ 45 milhões, um crescimento de mais de 1000%. Rio do Sul também registrou uma alta expressiva, com um aumento de 460%, enquanto Criciúma mais que dobrou sua arrecadação, atingindo R$ 28,1 milhões. Lages teve um avanço de 165%, e Chapecó, no Oeste do estado, cresceu cerca de 56%. Por fim, Florianópolis, que concentra 42,5% do faturamento do setor no estado, passou de R$ 53,3 milhões para R$ 98,8 milhões, um crescimento de 85% no período. Com essa expansão, Santa Catarina se posiciona como o sexto maior estado em faturamento no setor de tecnologia no Brasil, que já representa 7,5% do PIB estadual. A expectativa é que essa participação cresça para 10% até 2030, impulsionada pelo fortalecimento do ecossistema de inovação, conforme aponta o Observatório da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). 

Esse movimento reflete um ecossistema cada vez mais integrado e distribuído pelo estado. "A inserção de um modelo econômico baseado em tecnologia vem crescendo há pelo menos 30 anos. A presença de universidades e instituições de pesquisa trouxe um olhar voltado para ciência, dados e inovação, resultando na estruturação de um ecossistema sólido", explica Diego Ramos, presidente da ACATE. Hoje, o setor representa 7,5% do PIB estadual, com projeção de alcançar 10% até 2030. Florianópolis concentra 42,5% do faturamento total, seguida pelo Vale do Itajaí (23,9%), Norte (17,1%), Oeste (8,1%), Sul (6%) e região Serrana (2,4%). Esse avanço acompanha o crescimento de setores estratégicos como Indústria 4.0, agronegócio, saúde e energia sustentável, demonstrando o impacto da inovação na economia local e nacional. 

Com a consolidação do setor, empresas catarinenses também expandem sua atuação para fora do estado e do país. A fintech Versi, por exemplo, surgiu em Joinville e hoje atua no mercado nacional de funding para construção civil, com mais de R$ 200 milhões investidos em empreendimentos de Norte a Sul do Brasil. No cenário internacional, iniciativas como o Startup Summit têm atraído comitivas estrangeiras para conhecer o ecossistema catarinense, enquanto empresas locais ampliam presença global. A WTM, sediada em Balneário Camboriú, possui operações em países como EUA, Canadá, Portugal e Emirados Árabes, conectando negócios brasileiros a mercados internacionais. Outra multinacional de destaque no estado é a italiana Zucchetti, que investiu mais de R$ 100 milhões desde 2020 na aquisição de empresas catarinenses de tecnologia. Segundo Alessio Mainardi, CEO da Zucchetti no Brasil, a escolha pela região reflete seu potencial estratégico. "Santa Catarina tem um mercado dinâmico e um ecossistema colaborativo que favorece o crescimento da inovação", destaca.

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Quinta, 13 Fevereiro 2025

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