A tecnologia também precisa prestar contas ao planeta
A discussão sobre sustentabilidade já ultrapassou, há tempos, o universo das florestas e dos canudos plásticos. Hoje, a tecnologia também precisa prestar contas ao planeta. E aí surge um conceito que pode parecer contraditório, mas é fundamental: a sustentabilidade digital. Afinal, a infraestrutura de TI também consome energia, gera calor, demanda resfriamento e é responsável por uma parcela significativa das emissões de carbono. Mas como fazer a tecnologia trabalhar pela sustentabilidade, sem abrir mão de um excelente desempenho? A resposta começa com escolhas certas, seja de parceiros, estruturas, métricas e soluções de TI.
Os data centers respondem por cerca de 1 a 2% do consumo global de energia elétrica, mesmo patamar de indústrias pesadas como a aviação. O número é chocante, mas compreensível quando lembramos que essas estruturas precisam funcionar diuturnamente, sem falhas, com alto poder de processamento e disponíveis para demandas imediatas. A maior parte dessa energia não é direcionada para os servidores, mas para o resfriamento e a manutenção da temperatura ideal. E é aí que mora um dos principais desafios da TI verde: manter operações robustas, seguras e rápidas, sem desperdiçar recursos.
Uma das soluções para data centers é o Power Usage Effectiveness (PUE), métrica que avalia a eficiência de um data center. Quanto mais próximo de 1, melhor. Investir em estruturas que mantêm o PUE baixo, através de otimização do uso de energia e equipamentos de alta eficiência, é o caminho a ser trilhado. Também é necessário que a climatização seja inteligente. Em vez de sistemas de resfriamento antiquados, os data centers devem ter refrigeração de precisão, que ajusta a temperatura com base na demanda real. A manutenção preventiva deve ser outra palavra de ordem em nome do meio ambiente, pois equipamentos com falhas consomem mais energia. Por isso, rotinas automatizadas de monitoramento e manutenção são parte essencial da estratégia de eficiência.
A pressão por mais capacidade de processamento, o crescimento do consumo de dados e a explosão de dispositivos conectados (IoT, 5G, IA) tornam o cenário cada vez mais desafiador. Mas a boa notícia é que a própria tecnologia também oferece soluções, como Inteligência Artificial (IA) para otimização de consumo (algoritmos que ajustam consumo de energia em tempo real), componentes de baixo consumo (hardwares otimizados) e economia circular (reaproveitamento de componentes e descarte correto de eletrônicos). Empresas que defendem o meio ambiente sabem que cada escolha importa, inclusive a de seus fornecedores de TI. Optar por uma infraestrutura eficiente, moderna e verde não é apenas uma questão de imagem: é uma decisão estratégica que impacta diretamente a reputação, os custos operacionais e a responsabilidade social de marcas.
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