Inflação atinge 0,16%, menor taxa para janeiro desde o Plano Real
Em janeiro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou para 0,16%, a menor taxa para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. O índice ficou 0,36 ponto percentual abaixo da taxa de dezembro (0,52%). Com isso, o acumulado em 12 meses recuou para 4,56%. Os preços da energia elétrica residencial recuaram 14,21% e exerceram o impacto negativo mais intenso sobre o IPCA de janeiro. A energia elétrica residencial integra o grupo da habitação, que registrou uma retração de 3,08%. "Essa queda foi decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro", explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
O bônus refere-se ao saldo positivo registrado na chamada Conta Itaipu, uma regulamentação do setor elétrico brasileiro sobre a energia produzida pela Itaipu Binacional, adquirida pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar) e repassada às distribuidoras. Desde 2018, essa conta tem apresentado saldo positivo. O valor é distribuído como crédito na conta de luz de consumidores brasileiros residenciais e rurais que tiveram consumo inferior a 350 quilowatts-hora.
Os preços do grupo de transportes subiram 1,3% e exerceram um impacto de 0,27 ponto percentual sobre o IPCA de janeiro, por influência das altas em passagens aéreas (10,42%) e ônibus urbano (3,84%). Já o grupo de alimentação e bebidas teve seu quinto aumento consecutivo (0,96%) e contribuiu com 0,21 ponto percentual para o índice do mês. Nesse grupo, a alimentação no domicílio subiu 1,07%, influenciado pelas altas da cenoura (36,14%), do tomate (20,27%), e do café moído (8,56%). Por outro lado, os preços da batata-inglesa (-9,12%) e do leite longa vida (-1,53%) recuaram. Já a alimentação fora do domicílio desacelerou de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro.
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