Superávit dos EUA com o Brasil atinge US$ 1,7 bilhão até junho
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) divulgou a mais recente edição do Monitor do Comércio Brasil-EUA, com os dados consolidados do primeiro semestre do ano. O relatório revela que o superávit comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil alcançou US$ 1,7 bilhão — um aumento de aproximadamente 500% em comparação com o mesmo período de 2024. Apesar de a corrente de comércio bilateral ter crescido 7,7% no período, totalizando US$ 41,7 bilhões — o segundo maior valor da série histórica — o levantamento aponta efeitos cada vez mais visíveis das tarifas sobre setores estratégicos das exportações brasileiras.
A divulgação do relatório ocorre em meio à preocupação com a decisão do governo norte-americano de elevar para 50% as tarifas sobre as exportações brasileiras, com vigência prevista para 1º de agosto. "Os resultados do primeiro semestre evidenciam a relevância do comércio bilateral para ambas as economias e reforçam a necessidade de buscar uma solução equilibrada e pragmática diante da escalada tarifária prevista para o curto prazo", afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.
Entre janeiro e junho, a corrente de comércio entre Brasil e Estados Unidos somou US$ 41,7 bilhões, o segundo maior valor da série histórica. As exportações brasileiras aumentaram 4,4%, totalizando US$ 20 bilhões, com destaque para carne bovina (+142%), sucos de frutas (+74%), café não torrado (+39%) e aeronaves (+12,1%). Já as importações brasileiras de produtos norte-americanos cresceram em ritmo mais acelerado, com alta de 11,5%, somando US$ 21,7 bilhões. Como consequência, os Estados Unidos registraram um superávit de US$ 1,7 bilhão no período.
Apesar do desempenho geral positivo das exportações brasileiras no primeiro semestre, setores estratégicos já começam a apresentar retração nas vendas aos Estados Unidos como consequência direta das tarifas atualmente em vigor. Dentre os 10 principais produtos que tiveram queda nas exportações, oito deles estão sujeitos a aumentos tarifários, como celulose (-14,9%), motores (-7,6%), máquinas e equipamentos (-23,6%), manufaturas de madeira (-14,0%) e autopeças (-5,6%).
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