Inadimplência quebra recorde histórico pelo terceiro mês consecutivo
Continuando a sequência de altas preocupantes, o índice de endividados subiu pelo terceiro mês seguido, chegando a 79,5%, bem como a proporção das famílias que atrasaram as parcelas de suas dívidas, renovando o recorde de 30,5%. O percentual de famílias que dizem não ter condições de pagar as dívidas em atraso também aumentou mais uma vez, alcançando 13,2%, renovando a maior taxa da série histórica. Os dados foram apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na edição de outubro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira (4).
Com o endividamento e a inadimplência em níveis históricos, as famílias acabaram aumentando o tempo acumulado com parcelas de dívidas atrasadas. O percentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias avançou de 48,7% para 49,0%, o maior nível desde dezembro do ano passado (49,2%). O dado também preocupa, pois é o segundo mês em que o percentual de famílias cuja dívida dura mais de um ano subiu, de 31,1% para 32%.
Com a chegada das promoções de novembro, que culminarão na sexta-feira (28), apelidada de Black Friday, o comércio tende a reagir. Já no último mês do ano, as celebrações vinculadas à tradição de presentear, em especial o Natal, devem impulsionar as vendas em diversos setores. No entanto, o efeito "bola de neve" das dívidas que já tiveram – e seguirão tendo – incidência dos juros não sumirá com a chegada das decorações nas lojas.
"Nem mesmo o bom momento do mercado de trabalho tem sido suficiente para conter o avanço na inadimplência, tamanho o patamar atual dos juros. Nesse cenário, o comércio já sente desaceleração das vendas, uma vez que as famílias se veem obrigadas a promover ajustes no orçamento para se adaptar a essa realidade", analisa Fabio Bentes, economista-chefe da CNC.
Comentários: