Estoque de capital do país cresceu 1,5% no ano passado
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o Indicador Ipea de Investimento Líquido e Estoque de Capital. O levantamento aponta que a taxa de crescimento interanual do estoque de capital líquido foi de 1,5% 2024, com dados de dezembro, sendo o maior valor observado desde 2014. Em 2023, o aumento havia sido de 0,6%. Estoque de capital refere-se ao conjunto de bens duráveis que são utilizados para produzir bens e serviços. Apesar do resultado positivo relacionado ao estoque de capital no ano passado, o ritmo de crescimento foi inferior ao observado nas fases de maior dinamismo da década de 2000, quando a taxa chegou a 3,6% no pico em 2011.
A depreciação do estoque de capital, indicador que mede a desvalorização dos bens de capital ao passar do tempo, apresentava leve tendência de crescimento a partir de 2017, mas, a partir de meados de 2023, passou a diminuir. Com isso, a depreciação acumulada em doze meses no final de 2024 indicou diminuição de 5,1% em relação a dezembro de 2023. O mesmo estudo revela que, no acumulado de doze meses, o crescimento real de investimentos brutos no país foi de 6,9%. Esse indicador representa os gastos com obras, máquinas, equipamentos e outros bens de capital. O resultado indica o crescimento da capacidade produtiva nacional no período avaliado. Esse ciclo de crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF) já superou as taxas de variação observadas em três dos últimos cinco ciclos de crescimento. Ficou abaixo apenas das taxas observadas após as crises de 2008-2009 e de 2020.
Em consequência da evolução do investimento bruto e da depreciação, o investimento líquido (FBCF excluído o valor da depreciação) apresentou crescimento substancial no período (aumento de 150%). Todos os componentes do investimento líquido registraram crescimento, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos, que voltou a apresentar valor positivo no acumulado em doze meses após três anos. A recuperação do investimento líquido total entre 2020 e 2023, no acumulado em doze meses, baseou-se principalmente na evolução do componente de construção, ao passo que o aumento observado em 2024 contou com contribuição relevante de todas as categorias, mas especialmente do setor de máquinas e equipamentos. Esse setor passou de níveis de investimento líquido negativo da ordem de quase R$ 120 bilhões (a preços de 2024) no fim de 2023 para um valor positivo de cerca de R$ 17 bilhões no fim do ano passado.
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