Startups brasileiras crescem com recursos próprios

Estudo do Sebrae revela que modelos B2B e SaaS, baseados em receita recorrente, impulsionam a sustentabilidade
Mais de 80% das startups mapeadas atuam com equipes de até três pessoas

Em um cenário de capital de risco mais seletivo e startups em busca de sustentabilidade desde os primeiros passos, cresce o número de empreendedores que optam por começar negócios inovadores sem depender de investimento externo. Dados do Observatório Sebrae Startups indicam que as empresas com maior potencial de crescimento e longevidade compartilham características que viabilizam essa estratégia. Essas startups operam majoritariamente no modelo B2B (business to business), atuam no setor de tecnologia da informação e têm como principal produto o software. Além disso, adotam modelo de receita recorrente por assinatura — como no modelo SaaS (Software as a Service) — e têm estrutura societária composta por dois a três sócios. "O modelo B2B combinado com software e receita recorrente permite que a startup valide seu produto com rapidez, gere receita desde cedo e mantenha o controle sobre a operação", acrescenta Cristina Mieko, head de startups do Sebrae.

Essas características estão mais presentes entre as startups com maior maturidade operacional e maiores faixas de faturamento. Das mais de 18 mil startups mapeadas, mais da metade (50,9%) atuam no modelo B2B, e 37,6% têm o software como principal produto. O modelo de assinatura (SaaS) representa 41,8% das estratégias de monetização mais recorrentes. Mais de 80% das startups mapeadas pelo Sebrae Startups possuem equipes de até três pessoas, o que evidencia uma abordagem enxuta nos estágios iniciais. "O empreendedor que começa com foco em receita e sustentabilidade financeira desde o primeiro cliente tende a construir uma base mais sólida e preparada para escalar com consistência. A captação vira uma escolha estratégica, e não uma urgência", complementa Cristina.

A análise do Sebrae também aponta que cerca de 30% das startups mapeadas têm mais de cinco anos de existência, um número relevante em um setor conhecido pela alta taxa de mortalidade. A longevidade está associada à adoção de modelos robustos de negócio, alinhamento entre sócios, uso de tecnologia e foco em resolver dores reais de mercado. Com o aumento da seletividade dos investidores e maior exigência por governança e métricas de desempenho, ganhar tração com recursos próprios se torna uma vantagem competitiva. "No início da jornada, o melhor 'investimento' é a venda. Quando a startup vende, ela valida a proposta de valor, comprova que resolve uma dor real e gera caixa para sustentar o crescimento. Nada valida mais um negócio do que um cliente pagando", finaliza Cristina.

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Segunda, 08 Dezembro 2025

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