Nem mais um “minutinho”

Há algum tempo, li uma reportagem da BBC Brasil que abordava a predisposição do brasileiro em usar diminutivos muitas vezes até sem perceber. O texto faz uma correlação com a infância, quando os pais utilizam expressões como 'Você quer uma bananinha?...
Nem mais um “minutinho”

Há algum tempo, li uma reportagem da BBC Brasil que abordava a predisposição do brasileiro em usar diminutivos muitas vezes até sem perceber. O texto faz uma correlação com a infância, quando os pais utilizam expressões como 'Você quer uma bananinha? Quer um leitinho?" para que as crianças se alimentem corretamente. Não vejo problemas em falar no diminutivo, porém, muitas vezes isso é utilizado como forma de convencimento ou como bengala para ocultar falhas.

Isso se reflete muito na pontualidade com compromissos: “Vou atrasar 10 minutinhos, uma horinha” ou “O trânsito estava tão congestionado que me fez perder esse tempinho”. A pessoa do outro lado acaba por aceitar como normal esse hábito, ainda mais sendo desarmada com a expressão gentil usada por quem atrasa. Precisamos repensar essas atitudes. Tempo efetivamente é dinheiro. Se pensarmos que grande parte das empresas brasileiras têm, em média, oito horas de atividades diárias e cada um de seus colaboradores também fazem essa média de trabalho, concluiremos obviamente que as atividades são realizadas durante esse período. 

 As empresas possuem prazos muitas vezes curtos e equipes enxutas para poder atender suas demandas. Em um eventual atraso para uma reunião, todos perdem tempo: o atrasado e os demais que estão o esperando para iniciá-la. Multiplique esses minutos pela quantidade de pessoas e veja o quanto a empresa está perdendo em horas. Quando falamos em trabalhadores autônomos, isso fica ainda mais evidente. Uma pessoa que trabalha sozinho tem, no máximo, oito horas diárias para lucrar. Se você marca com um fornecedor e atrasa 20 ou 30 minutos, essa pessoa poderá sair no prejuízo ou terá de trabalhar a mais. No final do mês, a eficiência financeira do seu negócio ficará comprometida. 

 É necessário sermos mais responsáveis por nossos horários e compromissos. Pense que seu atraso pode estar gerando prejuízo para outra pessoa e que você não gostaria que outras fizessem o mesmo com você. Além disso, também é falta de educação e consideração com outras pessoas. Compromisso é comprometimento. Deixe o diminutivo para as coisas boas da vida, como: vamos tomar um “chopinho”.

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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