Chefes raivosos, resultados ruins

Nem todas as pessoas podem ocupar cargos de chefia. Não que faltem postos – as empresas gostam de cabresto. A questão é: muitos executivos não possuem as habilidades emocionais para delegar funções e comandar equipes. Para quem ocupa ou deseja ocupar...
Chefes raivosos, resultados ruins

Nem todas as pessoas podem ocupar cargos de chefia. Não que faltem postos – as empresas gostam de cabresto. A questão é: muitos executivos não possuem as habilidades emocionais para delegar funções e comandar equipes. Para quem ocupa ou deseja ocupar cargos de liderança, é necessário inteligência emocional. Caso contrário, comandante e comandados vão entrar numa luta fratricida, contaminando toda a empresa.

Lendo Daniel Goleman, um estudioso do tema, identifico algumas dicas bastante salutares. O autoconhecimento emocional é essencial para entender como lidar com as emoções. Um exemplo banal: durante uma reunião de rotina, são apresentados os resultados do mês. Os números são negativos. O líder da reunião interrompe o gestor que estava apresentando os índices e, aos berros, coloca a culpa do erro em todos os presentes. Ao final, diz, entre dentes:

— Bando de incompetentes...

Pode parecer teatral, mas é um episódio muito recorrente em todo tipo de empresa, seja na fabriqueta de Caixa-Prego ou numa multinacional norte-americana. A não ser alimentar as fofocas da rádio-corredor, não vejo nenhum resultado prático desse tipo de atitude.

A automotivação também é necessária: se o conhecimento do executivo pode contribuir para a empresa, nada melhor que utilizá-lo para buscar os resultados. Ainda assim, a empatia segue essencial: reconhecer no outros as mesmas emoções que você sente vai contribuir para o crescimento pessoal e profissional de ambos.

Tive um gestor no começo da minha carreira que era uma pessoa de difícil. Mudava de comportamento ao sabor da hora do dia ou da estação do ano. Para conseguir a aprovação dele, era necessário antes identificar para onde apontava o seu ponteiro emocional. 

Essa tática gerava uma expectativa em toda a equipe porque estávamos, sem querer ou saber, exercitando nossa inteligência emocional. Ele, como líder, não entendia o lado dos liderados. Portanto, era uma via de mão única e os resultados poderiam ser melhores se houvesse uma preocupação por parte dele. Esse chefe era um executivo capacitado. Se tivesse desenvolvido sua inteligência emocional, seria um líder altamente produtivo. Faltou cuidado por parte dele e da própria empresa em identificar essa necessidade de desenvolvimento. Uma pena.

A última habilidade de Goleman a se destacar são os relacionamentos interpessoais. Pessoas que sabem lidar com outras pessoas fazem a diferença no mercado de trabalho. Cada vez mais as atividades entre indivíduos restarão no mercado de trabalho com o avanço da tecnologia. Vão se se sobressair as pessoas que conseguem lidar com diferentes tipos de profissionais. Lanço uma pergunta às lideranças empresariais e aos profissionais de recursos humanos: como anda a inteligência emocional de seus gestores? Se titubear na resposta, coloque a mão na massa. Ajude a sua equipe a desenvolver habilidades além da parte técnica, que provavelmente, eles já o fazem com maestria. 

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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