Copom decide reduzir a taxa Selic para 12,25% ao ano

Pela quarta vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (22) a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, de 13% ao ano para 12,25% ao ano. A decisão era espera...
Copom decide reduzir a taxa Selic para 12,25% ao ano

Pela quarta vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (22) a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, de 13% ao ano para 12,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros. Com a redução, a Selic retorna ao nível de março de 2015, quando também estava em 12,25% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

“O Copom entende que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo colegiado ao longo do tempo”, relata o comunicado do BC. “O Copom ressalta que uma possível intensificação do ritmo de flexibilização monetária dependerá da estimativa da extensão do ciclo, mas, também, da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação”, prevê o documento.  

Na visão dos membros do Copom, evidências sugerem a retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017. “No âmbito externo, o cenário ainda é bastante incerto. Entretanto, até o momento, a atividade econômica global mais forte e o consequente impacto positivo nos preços de commodities têm mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de revisões de política econômica em algumas economias centrais”, destaca a nota do BC. “O comportamento da inflação permanece favorável. O processo de desinflação é mais difundido e indica desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Houve ainda uma retomada na desinflação dos preços de alimentos, que constitui choque de oferta favorável. [Por essa razão] as expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus recuaram para em torno de 4,4% para 2017 e mantiveram-se ao redor de 4,5% para 2018 e horizontes mais distantes”, prevê o Copom. 

A nota destacou, ainda, a importância da aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia brasileira para a sustentabilidade da queda da inflação e para a redução da taxa de juros. 

Repercussão
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) defendeu, através de uma nota, que o ciclo de redução da Selic seja longo e consistente. “Entendemos que a decisão do Copom foi acertada, mas nosso desejo é de que o ciclo de redução da taxa Selic seja longo e consistente com o equilíbrio inflacionário, para terminar com uma das maiores aberrações de nossa economia: primeira colocada no ranking mundial dos juros reais”, alerta Heitor José Müller, presidente da entidade. Segundo ele, para que a convergência rumo ao nível verificado em outros países seja viável, o governo federal precisa dar andamento ao conjunto de reformas necessárias para reduzir as pressões das finanças públicas sobre a inflação. Mas não apenas isso. “Há a necessidade de aumentar a competitividade do setor produtivo via modernização das leis trabalhistas, da legislação tributária e de um programa abrangente de concessões e privatizações”, sublinhou. 

A redução também foi bem recebida pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Para Edson Campagnolo, o novo corte reforça a tendência de queda nos juros, o que é fundamental para a retomada dos investimentos produtivos no país. “Apesar das sucessivas reduções, o juro ainda é alto e muitas empresas continuam tendo dificuldades para obter crédito junto a instituições financeiras”, pontuou o presidente da Fiep.  De acordo com ele, isso ocorre porque as exigências são rígidas e as taxas praticadas pelo mercado ainda estão muito elevadas. “Por esta razão é necessário que a tendência de queda seja confirmada e continue sendo praticada”, opinou. Campagnolo afirmou que a expectativa do setor industrial paranaense é que seja confirmada a previsão de analistas de mercado que apostam numa redução gradativa da Selic, chegando a 9,5% ao final deste ano.    

Até o fechamento desta edição, a Fiesc não havia se pronunciado sobre a decisão do BC.

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Domingo, 15 Dezembro 2024

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