Especialista catarinense afirma que Estado deveria seguir modelo de distanciamento do RS
A possibilidade de um possível colapso no sistema de saúde catarinense causou apreensão e polêmica nas últimas semanas. AMANHÃ investigou os dados fornecidos pela secretaria da saúde, como também pesquisas feitas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Apesar do número de casos ter sido elevado após a abertura do comércio, com incremento no período de 3 a 10 de maio de 36% (no Brasil, para fins de comparação, o salto foi de 68%), a Univali verificou que Santa Catarina ainda tem uma boa segurança na taxa de ocupação de leitos. Apenas 16,9% estão ocupados, ou seja, 85 pessoas acometidas com o vírus seguem internadas, de acordo com o boletim epidemiológico publicado na terça-feira (12).
"Temos ainda mais de 410 leitos vazios [exclusivamente para pacientes com a Covid-19]. No entanto, o vírus se alastra muito rápido nas cidades do interior. No dia 3 de maio tínhamos 135 municípios, já na segunda, dia 10, eram 159", alerta Marcus Polette, graduado em Ciência e Tecnologia Ambiental e docente da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia, que lidera as análises na Univali em relação aos dados estatísticos do coronavírus em Santa Catarina. Polette, que também é especializado em políticas públicas, acredita que o modelo de distanciamento controlado, encabeçado pelo governo do Rio Grande do Sul, pode ser uma referência para o estado vizinho.
"Creio que devemos estabelecer estratégias de regionalização, assim como está ocorrendo no Rio Grande do Sul, pois aqui em Santa Catarina existem locais que temos maior número de casos. E há questões bem complexas: municípios com população entre 10 mil a 50 mil habitantes com grande número de casos, como ocorre em Braço do Norte". Também com base no boletim epidemiológico publicado na terça-feira, a cidade localizada na região Sul catarinense tinha 92 exames positivos para a Covid-19 e dois óbitos. "Temos incidência em municípios com menos de 10 mil habitantes onde o número de habitantes por contaminados tem sido as maiores", detalha Polette.
Tanto é assim que a pasta da saúde recomendou o reforço nos cuidados de prevenção ao contágio do novo coronavírus a todos os municípios da região Oeste e o fechamento do comércio não essencial em Chapecó por duas semanas. A orientação tem base no momento epidemiológico da região, que é a que mais registrou novos casos desde a semana passada. Com a confirmação de 106 novos casos desde o boletim publicado no dia 9 de maio, Chapecó chegou aos 347 pacientes confirmados. O governo estadual também já havia recomendado a adoção de medidas semelhantes na região do Alto Uruguai. Entre as recomendações para todos os municípios da região de saúde, estão o uso obrigatório de máscaras em espaços públicos e áreas comuns de condomínios e estabelecimentos, distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas.
"Santa Catarina tomou medidas de distanciamento social antes dos demais, o que nos possibilitou ter números mais favoráveis. Outro fator que contribui para essa letalidade mais baixa é o número de testes em relação ao total populacional. Santa Catarina tem testado mais, o que nos permite também ter um quadro mais claro na hora de tomar decisões sobre a pandemia", afirma o governador Carlos Moisés. O secretário de saúde, André Ribeiro, salienta que o governo tem acompanhado a evolução do número de casos em todas as regiões. Ele lembra ainda que a taxa de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para a Covid-19 está inferior a 20%, o que também demonstra que as estruturas de saúde estadual estão conseguindo atender à demanda de pacientes, fato que afasta totalmente a possibilidade de um colapso no sistema de saúde.
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Comentários: 1
Bom dia, senhores! Desde que me conheço por gente, aqui no Brasil que eu saiba a língua oficial é o português. Porque misturar inglês com português? Vocês sabem qual o percentual de brasileiros que tem acesso a esse site que entendem a língua inglesa? Agradeço e aguardo vosso grato retorno.