Câmbio se torna a maior preocupação do industrial gaúcho
A sondagem industrial da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) iniciou sua série em 2004 e, desde então, a questão cambial nunca havia aparecido como principal preocupação do industrial gaúcho. Mas o câmbio lidera o ranking, saltando de um índice de 18,2% no terceiro trimestre de 2024 para 35,3% no trimestre encerrado em dezembro. "Na virada do ano, o câmbio superou questões históricas, como carga tributária e mão de obra, reforçando a necessidade de uma reforma fiscal urgente, que controle os gastos públicos e reduza a pressão sobre indicadores como inflação e a própria cotação do dólar", analisa o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier.
A falta de trabalhador qualificado e a elevada carga tributária ficaram empatadas em segundo lugar no último trimestre de 2024, com 32% das respostas. No caso da escassez de mão de obra qualificada, o aumento no índice de preocupação de um trimestre para outro chegou a 5 pontos percentuais, atingindo o maior percentual desde o primeiro trimestre de 2014. Para os próximos seis meses, as expectativas da indústria gaúcha são otimistas, na avaliação captada em janeiro. Todos os índices, que variam de zero a 100, seguem acima dos 50 pontos: demanda (53,4 pontos), exportações (51 pontos), emprego (52,6 pontos) e compras de matérias-primas (53,5 pontos).
A sondagem também mostrou indicadores da indústria no último mês do ano passado. A produção apresentou queda em relação a novembro, após cinco meses seguidos de alta. O índice atingiu 40,1 pontos no mês (abaixo de 50 indica contração da produção) em relação ao mês anterior. A queda é considerada normal para o final do ano – a média histórica do mês é de 39,6 pontos. Como ocorre sempre no período, dezembro teve redução no indicador de emprego, registrando 48,8 pontos, queda menos intensa do que a média do período, de 46,5 pontos. A utilização da capacidade instalada (UCI) em dezembro recuou 6 pontos percentuais na comparação com novembro, para 68%, próximo da média histórica. A pesquisa teve como base 153 empresas consultadas no período de 5 a 17 de dezembro.
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