Mercado prevê inflação de 5,24% neste ano
O mercado financeiro melhora as expectativas de queda da inflação e alta do Produto Interno Bruto (PIB) para a economia do país. A pesquisa do Banco Central (BC) projeta ainda que o dólar ficará mais barato ao final de 2025. Os dados constam do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (23) pelo BC. Pela quarta semana consecutiva, o mercado demonstra otimismo crescente com relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A expectativa é de que a inflação feche 2025 em 5,24%. Há quatro semanas projetava inflação de 5,5% neste ano. "É uma sinalização positiva diante do risco de desancoragem prolongada das expectativas inflacionárias, um dos principais fatores de alta mencionados pelo Banco Central", avalia Arnaldo Lima, economista da Polo Capital.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 15%, percentual que, até a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) estava em 14,75%, mas que foi aumentado diante de incertezas em relação à economia. Com relação ao PIB, que é a soma de todas riquezas produzidas no país, as expectativas também estão melhorando. O mercado projeta que o PIB fechará 2025 com uma alta de 2,21%. Há quatro semanas, o crescimento projetado estava em 2,14%.
Entenda os termos usados pelo Banco Central ao definir a taxa de juros clicando aqui.
O mercado projeta ainda que o dólar custará R$ 5,72 ao final de 2025. Há quatro semanas, a expectativa é de que a cotação do dólar ao final de 2025 estaria em R$ 5,80. "O câmbio apresentou essa queda no Focus, mesmo diante de um cenário externo marcado por novas incertezas. Os ataques dos Estados Unidos às instalações nucleares iranianas e a possível reação de Teerã — incluindo o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial — elevaram o preço do barril do Brent para acima de US$ 80, reacendendo temores de uma crise energética global", contextualiza Lima. "Por um lado, essa valorização da commodity pode favorecer a geração de caixa da Petrobras e permitir maior distribuição de dividendos ao governo, contribuindo para o fechamento das contas públicas federais. Por outro, o encarecimento do petróleo tende a pressionar os preços administrados, como combustíveis e energia, dificultando o processo de desinflação. Nesse contexto, destaca-se que a projeção de inflação para os preços administrados em 2025 recuou de 4,57% para 4,33% nas últimas quatro semanas", opina o economista.
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