Pre-pa-ra: no fone dos 60+ só dá Anitta

O segmento de consumo que mais cresce no país está cada vez mais integrado com as novas tecnologias. Um dos destaques são os serviços de música por streaming que ficam cada vez mais populares e acessíveis considerando que 61% dos 60+ no Brasil já pos...
Pre-pa-ra: no fone dos 60+ só dá Anitta

O segmento de consumo que mais cresce no país está cada vez mais integrado com as novas tecnologias. Um dos destaques são os serviços de música por streaming que ficam cada vez mais populares e acessíveis considerando que 61% dos 60+ no Brasil já possuem telefone celular. São 18 milhões de aparelhos nas mãos de uma nova terceira idade ávida por experiências e autonomia. A música por demanda, a qualquer hora, em qualquer lugar está oferecendo uma nova forma de dar cor e som à nova fase da vida. 

Eu e a Deezer, uma das maiores plataformas de streaming de música do planeta resolvemos entender um pouco mais do comportamento e gosto musical da maioria dos usuários. Criamos o TOP 10 60+ Deezer SeniorLab que será divulgado regulamente. Nele, o gênero sertanejo se posiciona com destaque e até o Pop, acredite, marca presença graças aos sucessos de Anitta e da cubana Camila Cabello. Quando avaliamos o ranking geral de todos os públicos da Deezer, os gêneros TOP 10 são: funk (60%), pop (20%) e forró eletrônico e sertanejo (10% cada um). O oposto do gosto dos 60+. O fenômeno dos Apps atuais, onde a Deezer se destaca, por si só já oferece uma navegação mais intuitiva e de fácil utilização por todas as faixas etárias. Para os 60+ que ainda estão iniciando seu mergulho na tecnologia com um pouco de insegurança, iniciativas como a Integrar Terceira Idade, especializada na educação e inclusão digital para essa faixa etária, é uma boa ideia. 

Conversei com Guilherme Menezes, fundador e sócio da Integrar, que percebeu um aumento do interesse dos 60+ por este tipo de aplicativo. Atribui ao fato de não conseguirem mais ouvir LPs, fita cassete, CDs ou mesmo os pen-drives que já começam a ficar obsoletos. Eles descobrem, normalmente com os familiares que existem estes aplicativos, porém não sabem baixar e utilizar. “É aí que entramos para desmistificar”, justifica Menezes. Os novos 60+ têm se mostrado bem diferentes dos 60+ de antigamente.  Cada pesquisa revela um aspecto novo e surpreendente desta geração. Na sua juventude, há 45 ou 55 anos atrás, eles foram os protagonistas de importantes revoluções comportamentais e que abriram caminho para o nosso estilo de vida atual. Foram revolucionários e continuam sendo. A simples análise do ranking dos artistas e músicas mais executadas pelos 60+ na Deezer reafirma isso. Os 60+ de hoje continuam surpreendendo. Veja só:

Pos. Artista Música Gênero
1 Anitta Vai Malandra Funk
2 Wesley Safadão Ar Condicionado no 15 Forró Eletrônico
3 Camila Cabello Havana Pop
4 Gusttavo Lima Eu Vou Te Buscar (Cha La La La La) Sertanejo
5 Marília Mendonça Amante Não Tem Lar Sertanejo
6 João Neto & Frederico Cê Acredita Sertanejo
7 Maiara & Maraisa Sorte Que Cê Beija Bem Sertanejo
8 Simone & Simaria Regime Fechado Sertanejo
9 Marília Mendonça De Quem é a Culpa Sertanejo
10 Anitta Downton Pop

   

Já me acostumei a não me surpreender nada a respeito das atitudes dos novos 60+. Revelar o que parte dos 60+ está escutando na Internet e acompanhar esse comportamento é mais uma peça na composição do mosaico comportamental da Terceira Idade. A atitude mais aberta ao novo pode explicar a posição de Anitta e seu gênero funk no ranking de execuções. Sua superexposição na mídia certamente chama a atenção e leva os 60+ a tentar entender este fenômeno. Se a família escuta, eles querem escutar também. 

O novo Sertanejo, com suas canções românticas e alegres, continua agradando e abrindo oportunidades para novos talentos fora do “Sertanejo Raiz”. Nos novos 60+ a matriz de atitudes e perfis é muito ampla e diversificada, mesmo assim estamos melhorando nosso entendimento sobre o comportamento médio do 60+ atual. Isto impacta na comunicação, design, novos produtos e serviços em um mercado que se aproxima de R$ 1 trilhão de renda e potencial de consumo.

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Domingo, 24 Novembro 2024

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