A ferro, fogo e... álcool?
Se beber não case, se estiver com fome não vá ao supermercado e quando meio deprê, nada de voltinha no shopping. A essas recomendações clássicas para não cometer besteira em estados alterados de humor e consciência pode ser acrescentada uma nova: em meio à euforia de um jogo de futebol, não invente de fazer uma tatuagem.
O motivo é que alguns camarotes das modernas arenas brasileiras contam, agora, com o serviço de tatuadores. O que, convenhamos, é um convite a arrependimentos.
Não que a paixão clubística não justifique ser gravada na pele para sempre. O problema é que decisões impulsivas, movidas pelo entusiasmo momentâneo e turbinadas pelo álcool, não costumam dar em boa coisa. E uma tatuagem, ao contrário das compras convencionais, não são passíveis de devolução, doação ou descarte.
À parte essa advertência, chama a atenção a maneira pela qual a oferta de produtos e serviços em estádios de futebol no Brasil tem se assemelhando àquela existente nos Estados Unidos, meca do espetáculo. Anos atrás, surpreendeu-me o fato de que havia uma banheira no camarote de um time da NFL. Hoje, tem Jacuzzi até na arena do Corinthians.
Para quem acompanha o negócio do esporte no país e sempre o comparou desfavoravelmente com aquele do primeiro mundo, nada mau. O gap de oportunidades para geração de receitas e aumento do envolvimento do público com equipes e modalidades vai ficando menor em relação à Europa e América do Norte.
Para sua completa consolidação, contudo, creio que ainda serão necessários alguns anos. Torcedores forjados na época menos avançada do business futebol, como eu, estranham câmeras do beijo e pedidos de casamento em estádios – e consideram shows musicais no intervalo ou camarotes cheios de mordomias uma distração do propósito fundamental de ir a campo: torcer de verdade.
Que já é uma bela experiência por si só e dispensa marcas na pele.
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