Inadimplência atinge maior nível desde 2023

O avanço do índice evidencia um aumento da fragilidade financeira das famílias
Entre aqueles que têm dívidas em atraso, 12,5% afirmaram que não têm condições de pagar

Seguindo a tendência de alta observada desde o início de ano, o mês de maio registrou um novo pico de endividados no País desde julho. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 78,2% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida no período – alta de 0,6 ponto percentual frente a abril. O patamar, no entanto, é inferior ao de maio de 2024, quando essa parcela correspondia a 78,8% dos lares.

Nos comparativos mensal e anual, chamou a atenção o aumento do número de inadimplentes, que cresceu 0,4 ponto percentual em relação a abril deste ano e 0,9 ponto percentual a maio anterior, chegando aos 29,5% – o maior pico desde outubro de 2023. Além disso, entre aqueles que têm dívidas em atraso, 12,5% afirmaram que não têm condições de pagar. No mês equivalente do ano passado, esse número foi de 12%."Apesar de o percentual de endividados ter ficado abaixo do registrado em 2024, o avanço na inadimplência evidencia um aumento da fragilidade financeira das famílias. O crédito precisa ser acessado com responsabilidade. Garantir o equilíbrio entre endividamento e capacidade de pagamento será fundamental para o crescimento do país", afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Um dos dados que mais chamam a atenção na pesquisa é a redução do tempo das dívidas. O número de famílias com compromissos de mais de um ano recuou pelo quinto mês seguido, alcançando 32,8%, o menor índice desde junho. Em contrapartida, houve crescimento nas faixas de curto e médio prazos, o que aponta maior adesão a formas de crédito com vencimentos mais próximos. "As projeções da CNC indicam que o endividamento das famílias deve continuar crescendo ao longo de 2025. No entanto, a expectativa de alta também da inadimplência pode desacelerar esse movimento. O cenário se agrava com a perspectiva de novos programas de crédito do governo, que podem elevar ainda mais o comprometimento da renda dos lares brasileiros", avalia o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Por mais um mês, o aumento das dívidas foi mais intenso entre os homens, que registraram, desta vez, alta de 1 ponto percentual, ultrapassando o patamar do período equivalente em 2024 (77,9%) ao atingirem 78,2%. Entre as mulheres, o índice permaneceu abaixo do registrado no ano anterior (80%), caindo 1,9 ponto percentual no comparativo, ao registrar 78,1%. Em relação à inadimplência, o público masculino também liderou o avanço, com crescimento de 1 ponto percentual frente a abril (29,6%), enquanto entre as mulheres houve queda de 0,4 ponto percentual (29,2%).

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Segunda, 09 Junho 2025

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