Confiança do comércio volta a crescer em maio

Apesar da alta, empresários estão mais pessimistas em relação à economia
Os dados da CNC revelam um contexto de baixa confiança pela manutenção dos juros elevados e da fragilidade das condições econômicas atuais

Medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou alta de 1,6% em maio, frente a abril, marcando o segundo avanço consecutivo após quatro meses em queda. Apesar da melhora do indicador, a confiança do setor segue abaixo do patamar registrado em 2024, com queda de 5,8% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O levantamento mostra que todos os componentes do índice apresentaram resultados positivos em maio na variação mensal, com destaque para as expectativas dos empresários, que cresceram 2,3%. No entanto, quando considerados os números do ano passado, o cenário não é tão animador.

O recuo do subindicador das condições atuais, que mede a percepção do empresariado sobre o contexto econômico, o setor e a própria empresa, foi de 10,5% em relação a maio de 2024. Destes fatores, contribuiu mais para a queda a visão menos otimista sobre a economia, que caiu 18,6%. Mesmo com um avanço mensal de 4,1%, esse foi o componente com a menor pontuação da pesquisa, atingindo os 59 pontos. "Embora o índice tenha apresentado sinais de recuperação, os dados revelam um contexto de baixa confiança pela manutenção dos juros elevados e da fragilidade das condições econômicas atuais. A evolução nos próximos meses dependerá, em grande parte, do comportamento da inflação, das políticas monetárias e da dinâmica do consumo das famílias", avalia o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Entre os subindicadores de investimento do Icec, o maior crescimento mensal foi da intenção de contratação de funcionários, que teve avanço de 1,8%. No entanto, na comparação anual, essa intenção ficou 1% abaixo do nível observado em maio do ano passado. "O otimismo com a melhora da percepção das condições de crédito estimula investimentos no curto prazo, algo que também foi observado na pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de maio, que avançou 1,4%. Mas o cenário é desafiador pela convergência de fatores que impedem um crescimento mais expressivo", explica João Marcelo Costa, economista da CNC.

O relatório também evidencia que o segmento de bens duráveis (lojas de eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, decoração, veículos e materiais de construção) é o menos otimista. A confiança dos empresários desse segmento recuou 6,4% no comparativo com o ano passado, ainda que tenha registrado crescimento mensal de 1,2%. "A maior sensibilidade às taxas de juros ajuda a explicar a retração. Os bens de maior valor agregado se tornam menos acessíveis aos consumidores e menos atrativos aos empresários em um cenário de crédito mais restrito", pondera Costa.

Veja mais notícias sobre BrasilEconomia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 30 Mai 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/