Petrobras vê ações desvalorizarem com novo presidente
A bolsa de valores tem operado em forte queda nesta segunda-feira (22), após o presidente Jair Bolsonaro ter anunciado a indicação de um novo presidente-executivo para a Petrobras e com agentes financeiros enxergando aumento relevante de risco político no país, principalmente de ingerência governamental em estatais.
Por volta de 17h05, o Ibovespa caía 4,3%, a 113.314 pontos, pressionado pelo tombo nas ações da Petrobras, que têm peso de 10,2% no índice. No mesmo horário, as ações ordinárias (PETR3) apresentavam queda de 19%, a R$ 21,94, e as preferenciais (PETR4) tinham baixa de 19,6%, a R$ 21,97. Segundo levantamento da Economatica, a Petrobras perdeu em poucas horas mais de R$ 72 bilhões em valor de mercado hoje. Na sexta-feira, a estatal já tinha encolhido R$ 28 bilhões.
O dólar também é negociado em forte alta desde o início das negociações do dia. Às 17h05, a moeda norte-americana subia 1,2%, a R$ 5,4524. Na máxima até o momento chegou a R$ 5,5337. Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,9%, a R$ 5,3874. Na parcial de fevereiro, ainda acumula queda de 1,5%. No ano, tem valorização de 3,8% ante o real.
Mudança na Petrobras
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a indicação de novo nome para a presidência da Petrobras. Em postagem nas redes sociais, Bolsonaro compartilhou uma nota oficial do Ministério das Minas e Energia (MME) que informa a indicação do general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco, que está no cargo desde o início do governo, em janeiro de 2019.
"O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, após o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco", diz a nota, assinada pela Assessoria de Comunicação Social do MME. Silva e Luna foi ministro da Defesa no governo Michel Temer e, desde janeiro de 2019, ocupa o cargo de diretor-geral da Itaipu Binacional, empresa pública dirigida pelos governos do Brasil e do Paraguai, responsável pela gestão da usina hidrelétrica.
Em nota, a Petrobras informou que recebeu um ofício do Ministério das Minas e Energia para convocar uma Assembleia Geral Extraordinária da estatal para "promover a substituição e eleição de membro do Conselho de Administração" e para indicar Silva e Luna para a presidência da empresa. O ofício também solicita que Silva e Luna seja avaliado pelo Conselho de Administração da Petrobras para o cargo de presidente. A Petrobras também esclareceu que Roberto Castello Branco e os demais diretores executivos da empresa têm mandato até 20 de março de 2021.
A mudança na Petrobras ocorre em meio a recentes aumentos no preço dos combustíveis e um dia depois do governo anunciar que vai zerar os impostos federais que incidem sobre o gás liquefeito de petróleo (GLP) – o gás de cozinha – e o óleo diesel. No início da tarde, durante um compromisso oficial no interior de Pernambuco, Bolsonaro voltou a criticar os reajustes frequentes no preço dos combustíveis e prenunciou mudanças que faria na Petrobras, mas sem abrir mão da atual política de preços da companhia. "Anuncio que teremos mudança sim na Petrobras. Jamais vamos interferir nesta grande empresa e na sua política de preços, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes", afirmou.
O governo federal indicou João Francisco Ferreira como diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional. A Itaipu é a 13ª empresa da região e a quinta do Paraná, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ com o apoio técnico da PwC.
Com Agência Brasil
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