Exportações do RS aos EUA despencam 39% em quatro meses
As exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul para os Estados Unidos caíram 39% entre agosto e novembro, período marcado pela aplicação das tarifas americanas sobre produtos brasileiros. Segundo estudo especial do Sistema Fiergs, 88% dos itens industriais gaúchos destinados ao mercado norte-americano permanecem fora das listas de isenção, mesmo após as recentes negociações. Com isso, o Rio Grande do Sul aparece como o estado mais impactado entre os cinco maiores exportadores nacionais para os EUA, de acordo com a pesquisa divulgada nesta terça-feira (16). Para o presidente da Fiergs, Claudio Bier, a manutenção das taxações impacta a competitividade da indústria gaúcha. "A permanência das taxações em segmentos da indústria que impactam diretamente a produção gaúcha nos preocupa e gera insegurança, comprometendo investimentos, faturamento e geração de empregos nas empresas, especialmente em um cenário de incertezas na economia doméstica", afirma Bier.
As vendas externas para o país americano somaram US$ 393,8 milhões nos últimos quatro meses, uma retração de US$ 252,1 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior. Já os embarques para os demais mercados apresentaram crescimento de 2,5% em receita. Esse avanço foi sustentado pelo aumento expressivo das quantidades exportadas (+318,5%), embora acompanhado por uma forte queda nos preços médios (-75,8%), o que indica, segundo a pesquisa, uma estratégia das empresas para reduzir perdas no curto prazo.
As exportações gerais da indústria gaúcha recuaram 11,9% no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024. As vendas externas somaram US$ 1,4 bilhão, uma retração de US$ 195 milhões. Apenas sete dos 23 segmentos pesquisados registraram crescimento em novembro de 2025 frente ao mesmo período de 2024. As maiores quedas foram observadas nos setores de alimentos (-20%), tabaco (-20,5%) e produtos de metal (-45,5%). Em contrapartida, máquinas e equipamentos apresentou o principal resultado positivo, com crescimento de 39,6%. No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 15,1 bilhões, alta de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho mais robusto foi observado no primeiro trimestre, com crescimento de 5,8%, impulsionado pelos bons resultados de janeiro e fevereiro.
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