A luta perdida contra o Netflix

Depois de anos de crescimento contínuo, as redes de TV por assinatura viram pela primeira vez a sua base de assinantes cair. De novembro de 2014 a 2015, mais de 300 mil clientes deixaram de utilizar o serviço. E as operadoras já elegeram o vilão da h...
Marketing

Depois de anos de crescimento contínuo, as redes de TV por assinatura viram pela primeira vez a sua base de assinantes cair. De novembro de 2014 a 2015, mais de 300 mil clientes deixaram de utilizar o serviço. E as operadoras já elegeram o vilão da história: o serviço de streaming, capitaneado pelo Netflix, sucesso mundial na distribuição de conteúdo de entretenimento. Tanto que, devido à pressão das empresas de televisão por assinatura, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) estuda regulamentar o serviço de streaming. O Netflix, que segundo informações extraoficiais teria cerca de 2,5 milhões de assinantes, não paga alguns impostos e taxas, como o ICMS sobre a mensalidade e a taxa de R$ 3 mil para cada filme de seu catálogo.

No entanto, para o especialista em marketing Gabriel Rossi esta é uma luta perdida. “Brigar com a Netflix é um retrocesso e não terá resultado”, opina. Ao invés de exigirem taxações sobre o streaming, Rossi sugere que as operadoras busquem um modo de se diferenciar no mercado e repensem a forma como o conteúdo é distribuído. Segundo ele, a sociedade de hoje têm um perfil e um modo diferente de consumir informação e entretenimento. “[O consumidor quer] Liberdade e autonomia para escolher aquilo que deseja consumir, onde e como quiser, sem estar preso e atrelado ao sistema quadrado de uma grade de horário. É fundamental agregar valor ao consumidor, pois ele sempre quer ser surpreendido”, garante Rossi.

O consultor ainda destaca que a postura das operadoras é de um “cartel” nadando contra a corrente do mercado. “Está claro que as questões mercadológicas, culturais e tecnológicas favorecem o Netflix. Temos a classe média consolidando o serviço como sua principal fonte de conteúdo, o que torna o streaming mais forte e escancara a baixa reputação das TVs por assinatura. O consumidor não quer mais pagar por isso”, completa o especialista, dando como exemplo startups brasileiras que estão seguindo o modelo de comercialização do Netflix em outras áreas do entretenimento como quadrinhos e games.


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Sábado, 14 Dezembro 2024

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