O agro fomenta cooperativas de crédito

Além do desenvolvimento econômico em diferentes regiões de atuação, cooperativismo também causa impacto social, fatores que levaram a ONU a declarar 2025 o Ano Internacional das Cooperativas
No Sicoob Central SC/RS, a carteira rural hoje soma R$ 14,8 bilhões
As 700 cooperativas de crédito, presentes em 1.398 municípios e cobrindo mais da metade (57%) das cidades brasileiras atendem 17,3 milhões de cooperados. Elas se destacam como fontes de crédito resilientes em crises, mantendo a oferta quando bancos tradicionais retraem, o que sustenta pequenos negócios e economias locais. Ainda assim, na visão do superintendente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti, o cooperativismo de crédito tem muito espaço para ganhar, pois o setor representa menos de 10% do mercado financeiro brasileiro e tem uma meta de dobrar essa participação. 

O crescimento tem sido expressivo por conta da alta demanda por serviços financeiros, atuando em mais de 40 a 50 municípios no Paraná, por exemplo, onde são a única instituição financeira. "Uma cooperativa de crédito, ou qualquer ramo dentro do cooperativismo sendo bem administrado, é um dos melhores negócios do mundo, pois o resultado é compartilhado com as bases e não fica somente com a empresa", opina. Sobre a identidade cooperativa, Mafioletti faz questão de ressaltar a manutenção de valores tradicionais mesmo com a evolução tecnológica. "Fatores importantes têm sido mantidos, que é o grande diferencial do cooperativismo, como a proximidade, o olho no olho, saber quem é o associado", enumera.

A cooperativa de crédito Sicredi vem consolidando sua atuação como força financeira no campo e nas economias regionais, apostando na confiança local, atendimento descentralizado e apoio direto a comunidades. O presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Marcio Port, reforça a estratégia de expansão com viés social e atuação fortemente enraizada no interior do país. Segundo ele, a cooperativa hoje está presente em 2.100 municípios, ou cerca de 40% dos municípios brasileiros.

Port destaca a capacidade de resposta local da cooperativa em situações de crise. Ele lembrou a atuação nas enchentes de 2024, com liderança na liberação de Pronamp e atendimento direcionado às demandas regionais. Um exemplo, segundo ele, da vantagem do modelo cooperativo é que estando presente na comunidade, uma cooperativa conhece as necessidades e pode agir com maior velocidade. Não sem razão que o Sicredi aposta na descentralização como motor de desenvolvimento. O presidente ainda enfatiza a vocação do cooperativismo para fortalecer o interior ao reduzir a dependência das regiões metropolitanas. "Cidades menores crescem mais do que as capitais, de acordo com estudos sobre o tema", justifica.

Os princípios do cooperativismo ganham expressão concreta sobretudo no apoio ao setor agropecuário. O crédito rural é a base da expansão e do impacto regional. No Sicoob Central SC/RS, a carteira rural hoje soma R$ 14,8 bilhões e a previsão é aproximá la de R$ 17 bilhões até 2026, reafirmando a prioridade do sistema em beneficiar o produtor familiar e o pequeno agricultor. O papel do Sicoob Central SC/RS no campo se materializa tanto em números quanto em capilaridade. Regionalmente, o sistema projeta atuar com pelo menos R$ 10 bilhões do total previsto para o Plano Safra 2025/2026, destinar recursos a custeio, investimento e comercialização e ampliar a presença física em municípios do Sul. "Entramos no novo ciclo com boas expectativas e preparados para seguir apoiando o campo", afirma o presidente Rui Schneider da Silva. Para mitigar riscos típicos da agricultura, como variações climáticas e inadimplência, o sistema investe em políticas de crédito robustas, educação financeira e governança local.

Cenários projetados de inadimplência refletem esse cuidado: mesmo em contexto adverso, a expectativa de manutenção da carteira com níveis controlados decorre da pulverização das operações e do tíquete médio moderado (R$ 165 mil). A presença do Sicoob Central SC/RS onde a economia rural se sustenta torna o agente de resiliência: ao preservar oferta de crédito em choques e ao financiar a modernização produtiva, a cooperativa fortalece renda, emprego e permanência no campo.

Este conteúdo é a parte 2 do especial "A Força do Sul — Cooperativismo"
Em 2025, Ano Internacional das Cooperativas (ONU), o anuário 500 MAIORES DO SUL publicou um ranking especial do cooperativismo, que abrange os setores de produção, saúde e crédito, reconhecendo seu impacto nas comunidades. O ranking é publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC Brasil. Leia o anuário digital completo clicando neste link.

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Quarta, 24 Dezembro 2025

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