Vinícolas catarinenses controlam qualidade pela tela do celular
Um aplicativo começa a fazer o controle integrado dos cultivos, garantindo rastreabilidade e previsibilidade de safra para as vinícolas que integram a Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis). A plataforma Demetra (foto) funciona como um caderno de campo digital, em que o produtor rural faz, de maneira fácil e prática, o registro das atividades do dia a dia nos parreirais, desde a muda até o produto final, promovendo um rastreamento do cultivo. Essas informações possibilitam ao produtor rural ou técnico visualizar em tempo real a produção e coletar dados sempre que necessário. E ainda facilitam ações de rotina na propriedade, como racionalizar o uso de insumos e, com isso, o ganho de produtividade.
"O que temos hoje é uma parceria com enólogos da região e com a Acavitis, com projeto pilotos operando em algumas vinícolas", conta Frederico Apollo Brito, diretor da startup gaúcha Elysios. Com atuação voltada ao agronegócio, a empresa oferece ferramentas de inteligência agrícola, com meta principal no ganho de produtividade com a utilização de menos insumos. Brito explica ainda que as vinícolas associadas da Vinho de Altitude que forem incluídas no programa terão maior controle da procedência e da certificação de origem das uvas utilizadas na produção da bebida. "Os produtores terão acesso a um aplicativo de gestão e de rastreabilidade para o controle dos cultivos. O sistema vem para ajudar", garante.
A plataforma também vai facilitar aos produtores de uva ficarem de acordo com as normas e regulações do mercado, no cumprimento de nova determinação da legislação brasileira. A Instrução Normativa 2/2018, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, por exemplo, determina que desde agosto de 2019, é obrigatória a aplicação de procedimentos de rastreabilidade para fins de monitoramento e controle de resíduos de agrotóxicos. "Alguns produtores de maçã também terão acesso à plataforma. Estamos animados porque toda essa região da serra catarinense está se fortalecendo", antecipa Brito.
As 19 vinícolas na região da Serra e do Vale do Contestado, todas em altitudes que variam entre 900 metros e 1.400 metros, devem colher até o final do mês de abril 1.200 toneladas de uvas. Para Eduardo Bassetti, presidente da Acavitis, a tecnologia é muito bem-vinda no campo. "Se o clima continuar ajudando a região, nossa expectativa de produção é de aproximadamente um milhão de garrafas de vinho. E tudo o que pode ajudar o produtor é importante, pois sempre é um ganho", reconhece Bassetti.
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