Mercado quântico pode gerar US$ 100 bilhões em uma década

O relatório anual "Quantum Technology Monitor", da McKinsey & Company, estima que a tecnologia quântica pode crescer de US$ 4 bilhões em receita gerada em 2024 para até US$ 72 bilhões em 2035. Diferentemente dos computadores tradicionais, que usam bits (0 ou 1), os computadores quânticos operam com qubits, que podem estar em superposição ou correlacionados com outras máquinas a distância. A diferença, na prática, é que enquanto os computadores binários realizam uma operação, os computadores quânticos serão capazes de processar múltiplas possibilidades ao mesmo tempo. Isso permite resolver problemas complexos em segundos, tarefas que levariam anos para máquinas tradicionais.

Grandes corporações já estão se movimentando. Bancos testam algoritmos quânticos para otimizar carteiras de investimento, farmacêuticas simulam moléculas para novos medicamentos, e empresas de logística exploram rotas de entrega ultra-eficientes. A Volkswagen, por exemplo, já realizou testes bem-sucedidos usando computação quântica para otimizar o tráfego urbano. Porém, os desafios técnicos ainda são enormes. Os qubits atuais são extremamente frágeis – qualquer interferência do ambiente pode causar erros. Manter esses sistemas operacionais exige temperaturas próximas do zero absoluto (-273°C) e estruturas que isolam as partículas de qualquer vibração ou campo magnético. Além disso, especialistas estimam que serão necessários pelo menos 1 milhão de qubits físicos para criar um único qubit lógico estável o suficiente para aplicações comerciais robustas.

Apesar dessas barreiras, o progresso tem sido acelerado. Empresas como IBM, Google e startups como Quantinuum estão alcançando marcos importantes. Em 2023, a IBM lançou seu processador Quantum Condor com 1.121 qubits, enquanto a Quantinuum demonstrou operações com precisão acima de 99,9%. Enquanto a tecnologia amadurece, soluções híbridas que combinam computação clássica e quântica já estão disponíveis na nuvem, permitindo que organizações comecem a experimentar.