Novo hub de impacto para soluções climáticas é lançado em Florianópolis

Ateha quer ajudar empreendedores a criar negócios de impacto viáveis e lucrativos
Magliano Neto, Julia e Matsuda: expectativa da companhia é fomentar a construção de um ecossistema de negócios de tecnologia para soluções climáticas no Brasil

As empresas são fundamentais para o combate às mudanças climáticas, já que podem desenvolver tecnologias e difundir ideias inovadoras para mitigar o problema e, ao mesmo tempo, incentivar negócios e investimentos positivos. Um levantamento da Bloomberg mostra que o mercado global de ESG está estimado hoje em mais de US$ 30 trilhões. Até 2025, o setor deverá movimentar US$ 53 trilhões. Pensando nisso, a empreendedora e especialista em Sistema B, Julia Maggion, e os investidores Raymundo Magliano Neto, ex-CEO da Magliano Corretora e co-fundador da Expomoney, e Humberto Matsuda, co-fundador da Performa Investimentos e fundador da Matsuda Invest, criaram a Ateha, hub de impacto para soluções climáticas.

Para marcar o lançamento da empresa, o grupo reuniu convidados em um evento no Instituto Seiva, em Florianópolis, no início de outubro. O encontro contou com uma roda de conversa sobre negócios, startups e questões ambientais e climáticas. O Ekuia Food Lab é um dos negócios que já estão sendo fomentados pela Ateha. O novo laboratório tem o objetivo de valorizar a biodiversidade da Amazônia e regenerar a floresta por meio do impulsionamento de negócios e do fortalecimento de uma nova economia com a criação de produtos alimentícios. O espaço irá funcionar em Manaus. Já o Açaí Juçara Barbacuá, que também está sendo acelerado pela Ateha, trabalha com o fruto da palmeira-juçara, planta típica da Mata Atlântica. A produção acontece de forma social e ecologicamente sustentável, orgânica e com a utilização de embalagens biodegradáveis e compostáveis.

A expectativa da companhia é fomentar a construção de um ecossistema de negócios de tecnologia para soluções climáticas no Brasil e, em 10 anos, ver essas startups brasileiras ganhando o mundo. "Queremos incentivar e apoiar empreendedores e pessoas que criam novas soluções escaláveis para as mudanças climáticas. A intenção é transformar ideias que geram impacto positivo para o meio ambiente em negócios viáveis e lucrativos, que atraiam investidores e possam crescer, criando um novo nicho econômico em sintonia com o planeta", afirma Julia. Para isso, é necessário oferecer aos empreendedores formação sobre negócios pelo clima, além de ajudá-los a desenvolver estes negócios.

Para contemplar todas estas frentes, a Ateha está estruturada em três grandes pilares. A Ateha Escola do Clima tem programas educacionais criados para educar, inspirar e empoderar indivíduos orientados para a ação, unindo informações sobre tecnologias da natureza, negócios e pensamento crítico. Com a escola, a Ateha quer popularizar o acesso a esse tipo de conhecimento, que hoje ainda é muito nichado e exclusivo a organizações e grupos "verdes". A Ateha Aceleradora busca escalar startups de impacto climático, já que empresas e tecnologias disruptivas são imprescindíveis na construção de soluções para os principais problemas do planeta e necessitam de orientação e capital para que cresçam e se tornem viáveis. Já a Ateha Consultoria atua com o intuito de auxiliar empreendedores, empresas, fundos de investimento e pessoas visionárias a identificar oportunidades para desenvolver iniciativas que gerem impacto climático, seja através da estratégia do negócio, oportunidades de expansão, aceleração, investimento ou projetos sob demanda.

A Ateha está no processo para se certificar como Empresa B, uma comunidade de empresas vinculadas ao Sistema B, organização que impulsiona o Movimento Global das B Corps, na América Latina. Essas empresas usam o negócio como uma força para o bem, gerando lucro de maneira ética, com impacto social e ambiental positivos. Julia foi a primeira Diretora Executiva do Sistema B no Brasil, liderando a organização por três anos, tendo contato com especialistas que são referência neste universo, como Marcel Fuyakama, responsável por trazer a organização para o Brasil. "Agora é hora de voltar para a comunidade B como empresa certificada", comenta.

"Os governos ainda não perceberam que o setor de tecnologias e inovação para soluções climáticas tem alto potencial de negócio e de geração de resultados positivos, tanto financeiros quanto ambientais. O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em Capital Natural, que a cada dia vale mais para a nossa sobrevivência como espécie. Por essa e outras características, temos o potencial para sermos protagonistas na construção de uma Economia Regenerativa, que adiciona mais do que extrai para o planeta", pontua Julia.

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Sábado, 27 Abril 2024

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