Rocha Log: uma paranaense sem fronteiras
O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ.
Quem passa pelo litoral paranaense – mais especificamente, pela região de Paranaguá – não deixa de pensar que os recortes da costa parecem ter sido esculpidos para facilitar o escoamento de produtos da região para o mundo e para a chegada de mercadorias de todas as partes do globo até o estado do Paraná. Foi ali que, em 1864, Bento Munhoz da Rocha fundou a Rocha S.A. Indústria, Comércio e Navegação. A iniciativa buscava atender à demanda por operações de transporte de madeira, erva-mate e fósforo. Em mais de um século e meio, a expansão das operações fez jus ao potencial que a natureza do litoral ofereceu à companhia. A partir de 1922, os irmãos Cominese passam a administrar a empresa, então denominada Rocha e Cia. Até hoje, a família é parte fundamental no co-controle do empreendimento, por meio da Holding RTP, empresa veículo de investimento na Rocha Terminais Portuários e Logística.
Com uma equipe especializada e gestão realizada exclusivamente por executivos de mercado –fundamentada em sólidos princípios de ética, compliance e governança –, a Rocha se diferencia por realizar toda operação de maneira individualizada e customizada para cada cliente. Conta com expertise na movimentação de cargas e nas chamadas operações door to door – quando o processo de transporte vai desde a coleta do produto na origem até sua entrega no destino, envolvendo trânsito nacional e internacional e organização de toda a gestão da operação. Assim, os serviços oferecidos pela Rocha vão desde a armazenagem geral e alfandegada – em recintos homologados pela Receita Federal – até o desembaraço aduaneiro. Incluindo, é claro, movimentação de cargas, operações portuárias, terminais de contêineres vazios, armazéns para granéis de importação e exportação e planejamento geral de toda a cadeia logística. Hoje, além da sua gênese em Paranaguá, a Rocha marca presença nos portos de Rio Grande (RS), São Francisco do Sul (SC), Santos (SP) e Itaqui (MA).
Expansão como estratégia
A história da Rocha traz alguns marcos de grande valor. Na década de 1950, por exemplo, a empresa atingiu a marca histórica de 60 mil sacas de exportação de café – o produto símbolo do país à época. O período de ouro da commodity levou a companhia a expandir sua atuação para os centros econômicos do Brasil – São Paulo e Rio de Janeiro –, o que facilitava seus contatos internacionais. Mas na década de 1980, João Eugênio Cominese – então um dos administradores da empresa – foi indicado como representante da Companhia Brasileira de Contêineres (CBC) em Paranaguá (PR), o que trouxe de volta a matriz da Rocha para o litoral paranaense.
Conforme a movimentação no porto crescia, a expansão das operações levou a empresa a trabalhar com a gestão de contêineres e, mais recentemente – se levarmos em conta a longa história da companhia –, em 2000, à atuação na logística de importação de granéis sólidos. O crescimento não se limitou à natureza das atividades, mas também teve caráter geográfico. Em 2006, a Rocha deu início às operações do Porto Seco em São Francisco do Sul, no estado vizinho de Santa Catarina, onde trabalha com armazenagem e operações de produtos siderúrgicos e carga industrial alfandegada.
A expansão foi acompanhada de uma agressiva e bem pensada estratégia de aquisições e associações. Em 2010, a Rocha fechou acordo para receber como sócio o fundo de investimento de private equity Angra Infra. O aporte de recursos do Angra proporcionou, dentre outros, a implantação do complexo de armazéns alfandegados de importação para fertilizantes, em Paranaguá. A isso, somou-se, no final de 2011, com novos aportes dos sócios, outro importante movimento: a compra de 50% do capital da Cattalini Terminais Marítimos – o maior terminal de granéis líquidos da América Latina num mesmo local, também localizado no porto de Paranaguá.
A passos largos, a Rocha ocupava espaços estratégicos em seus ramos de atuação. Entre 2012 e 2013, movimentos importantes colocaram a empresa com força total nos três estados do Sul do Brasil. Nesse período, tiveram início as operações portuárias com granéis sólidos de importação e siderúrgicos, complementando as operações de armazenamento já realizadas no Porto Seco, no porto de São Francisco do Sul, via subsidiária Fullport 8 – da qual detém 28,3% do controle acionário. Enquanto concluía seu complexo destinado à importação de granéis sólidos em Paranaguá, a Rocha manteve sua ousadia e adquiriu 60% da Vanzin Operações Portuárias – maior operador portuário independente de granéis sólidos do Porto de Rio Grande, estado do Rio Grande do Sul.
E enganou-se quem pensou que a força da Rocha se limitaria à parte de baixo do mapa nacional. Em uma região de potencial logístico extraordinário, em 2015 a empresa garantiu a compra de ações da COPI – Companhia Operadora Portuária do Itaqui – no porto de Itaqui, no Maranhão, a qual possui um projeto robusto de expansão futura para o denominado Arco Norte. Além dessas operações, a companhia também conta com um terminal para movimentação de contêineres vazios no Guarujá (SP).
Em abril de 2015, após dois anos de intensas negociações, a Rocha fechou acordo de associação com o BNDESPar, oferecendo participação direta e minoritária no seu capital social. A operação teve objetivos claros: além de consolidar a expansão das atividades na região Nordeste do país, dar suporte à construção de um moderno complexo para exportação de grãos em Paranaguá. O complexo, projetado para a retroárea do porto paranaense, inaugurado em outubro de 2017, é formado por armazéns conectados ao corredor de exportação do porto por meio de esteiras transportadoras e ligados à malha rodoferroviária local, facilitando o escoamento de milho, soja e farelo de soja para exportação. No total, a capacidade estática dos armazéns vai chegar a 300 mil toneladas, elevando a movimentação anual para até 8 milhões de toneladas exportadas ao ano. A estes, somam-se as 400 mil toneladas de capacidade estática nos armazéns para importação, capazes de receber 4 milhões de toneladas a cada ano.
Crescendo com responsabilidade
Apesar de uma longa trajetória de crescimento exponencial, a Rocha acredita que a evolução econômica de uma empresa está diretamente ligada à ética nas relações com seus diversos interlocutores. Ser socialmente responsável com todos os públicos – colaboradores, clientes, fornecedores, acionistas, governos e sociedade – é um de seus compromissos. Com base nesse pensamento, a empresa possui programas de responsabilidade social e sustentabilidade empresarial, respeitando a diversidade e preservando recursos ambientais e culturais para as futuras gerações.
Entre as diversas ações sociais e ambientais promovidas pela companhia, está a doação de itens de necessidade básica para instituições de idosos, campanhas do agasalho, doações de kits de final de ano para famílias carentes e campanhas de vacinação. A empresa também já patrocinou um atleta paralímpico. Além de participar e atuar como patrocinadora em feiras de meio ambiente; a Rocha promoveu a doação de lixeiras ecológicas, o gerenciamento de resíduos sólidos e a destinação de recicláveis à Associação de Catadores de Recicláveis da Vila Santa Maria, uma das comunidades próximas à sua operação.
De maneira planejada e sólida, a Rocha construiu uma história de destaque ao longo de mais de um século e meio de existência. Para os próximos 150 anos, sua intenção é manter o crescimento com a mesma qualidade, eficiência e respeito a todos os seus públicos.
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