Planeje ir à China em 2021
Em tempos bicudos como os atuais, ser ousado faz a diferença. E viajar é preciso, como dizia o general romano Pompeu aos seus soldados: "navigare necesse, vivere non est necesse". Pensar nisso agora pode parecer loucura, dadas as restrições atuais para viagens internacionais e para a entrada de brasileiros em vários países. Justamente por isso, planejar 2021 agora faz todo sentido – os países precisam reerguer suas economias, as empresas que não ousarem perderão mais negócios, e a China segue franca favorita na "pole position" mundial das compras e vendas e dos investimentos.
Será um planejamento difícil, é verdade, porque variáveis importantes independem de nossa atuação, como o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro, o calendário de feiras da China para o ano que vem, e a vacinação para a SARS-Cov-2 no Brasil. Tem ainda o câmbio, o posicionamento do governo brasileiro em relação à China, e a crescente participação dos nossos vizinhos e concorrentes no mercado chinês – Argentina e Chile à frente.
Se fosse fácil não teria graça, repito para clientes e para mim mesmo de vez em quando – o jeito é tocar em frente. A tradicionalíssima e gigantesca Canton Fair (foto) já está agendada para abril (duas primeiras fases, de 15 a 19 e de 23 a 27) e maio (terceira fase, de 1º a 5). As demais feiras (são mais de 800 na China) devem ser divulgadas a partir de setembro nos vários sites especializados, como o China Exhition e o Trade Fair Dates, além do Events Eye – esse tem da China e dos demais países asiáticos), e no site oficial do Conselho Chinês para a Promoção e o Comércio Internacional (Ccpit), órgão do governo central, com atuação nacional, setorial, provincial e nas regiões autônomas, municipalidades, regiões administrativas especiais (Macau e Hong Kong) e em todas as cidades.
Shanghai é a cidade campeã de feiras na China, seguida por Guangzhou e Beijing. Planejando com antecedência, é perfeitamente possível visitar duas a três feiras em dez dias, na mesma cidade ou duas ou três cidades, principalmente de abril a junho, período de grande concentração de eventos. E ainda complementar com visitas às empresas que mais lhe interessam.
Quando começamos a visitar feiras na China, nos anos 1990, para muitos no Brasil parecia uma excentricidade. Hoje, dependendo da sua área de atuação, é obrigatório conhecer feiras na China. No mínimo, para se atualizar. Se possível, colocando estande. Pode ser minúsculo (9 metros quadrados), e o mais básico possível (carpete, mesa e quatro cadeiras), só não pode não ter quem fale chinês. O custo é baixo dessa forma, mas se ainda assim ultrapassar seu orçamento para feiras internacionais, busque parceiros e participem de maneira consorciada.
Um detalhe fundamental: ao colocar estande em uma feira chinesa de destaque, em qualquer das três grandes cidades ou em outras também importantes, como Shenzen, Hong Kong, Dalian, Harbin e Qingdao, os produtos e a sua empresa estarão aparecendo para o mundo, e não apenas para o mercado chinês, porque há sempre enorme quantidade de empresários estrangeiros visitando as feiras chinesas, principalmente da Índia, Oriente Médio, África e América Latina.
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