O gigante asiático aspira ser (também) a maior potência tecnológica mundial
Muito do que se faz na China nas áreas da educação, ciência, tecnologia e inovação, desde o início dos anos 2000, tem como horizonte 2049. Se o grau de desenvolvimento do país nessas áreas hoje já é espantoso, dificultando supor "a quanto" e "a que" chegarão daqui a 29 anos, isso se deve essencialmente ao fato que realizam investimentos anuais da ordem de 6% do PIB, quase US$ 900 bilhões pela paridade cambial e US$ 1,36 trilhão pela paridade do poder de compra (PPP).
Obviamente, todos os números a respeito da evolução do país impressionam, mas esse em particular comprova a escala com a qual trabalham para atingir o objetivo de ser a maior potência tecnológica mundial em 2049. A China teria passado de 0,893% do PIB em investimentos em P&D, em 2000, para 2,186% do PIB em 2018 – que foi de US$ 14,9 trilhões (paridade cambial), ou US$ 22,6 trilhões (PPP), segundo o FMI. Portanto, o investimento em P&D realizado em 2018 teria sido de US$ 325,7 bilhões (paridade cambial) ou US$ 494 bilhões (PPP).
Com diferencial importante: a majoritária participação das empresas chinesas nos investimentos em P&D, de 60% do total em 2003, pulou para 76% em 2016. O governo entra com 20% e as universidades com o restante. Segundo os dados publicados no site da União Europeia, na página sobre a estratégia de P&D da China, em 2017 foram investidos no país US$ 370,6 bilhões pela PPP, o segundo maior valor do mundo (naquele ano, os Estados Unidos investiram US$ 476,5 bilhões). Pela paridade cambial, o investimento foi de US$ 280 bilhões, equivalentes a 2,12% do PIB chinês e correspondentes a 20% do que foi investido em P&D no mundo em 2017.
Para dar conta dos 260 milhões de estudantes em todos os níveis, os investimentos da China em educação, de acordo com o Conselho de Estado, têm sido de 4% do PIB (média mantida de 2012 a 2018), o que significou em 2018 um total de US$ 520 bilhões (paridade cambial) ou US$ 900 bilhões (PPP). Esse percentual do PIB para o ensino, definido em 1993 para ser atingido até 1999, só foi alcançado em 2012.
Tanto dinheiro investido dá bem a medida da importância da educação e da P&D para governos e empresas na China. Lá, o futuro melhor conecta-se com universidades, institutos tecnológicos e de pesquisas e empresas inovadoras, muitas delas sediadas em parques tecnológicos. Registre-se que nos últimos anos houve grande avanço da relação de universidades brasileiras com universidades e outras instituições de ensino e pesquisa da China. A Unesp, Unicamp, Ufabc, UFPE, Ufrgs e a UFSC, entre outras, têm um acúmulo de contatos, intercâmbios, núcleos de estudos, cursos de graduação, mestrados e doutorados focados na China. Estamos distantes, mas felizmente não estamos parados.
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