Neuromarketing já pode ser usado por empresas brasileiras
Estudos comprovam que o ser humano toma decisões em 90% das vezes de maneira inconsciente. Não é à toa, portanto, que o marketing tem flertado com a neurociência em diversas partes do mundo. O objetivo é captar informações valiosas dos consumidores e transformá-las em pontos de análise antes não considerados na gestão dos negócios. Para serem aliados desse processo e, principalmente, torná-lo acessível financeiramente às empresas brasileiras, dois mestres em neuromarketing, o gaúcho Daniel Piardi e o capixaba Antony Moreira, idealizaram o projeto Brain4Business. Ele consiste em um modelo para utilização das métricas da neurociência de maneira mais simples. “Significa entender o que ocorre quando geramos estímulos em consumidores. Antes isso só era possível em grandes laboratórios, limitados a três ou quatro no Brasil e com pesquisas de custos altíssimos”, esclarece Moreira.
Com o uso de laboratórios instalados no Espírito Santo e em Caxias do Sul e em parceria com uma startup de software da Califórnia (EUA), foi possível realizar pesquisas de reconhecimento das emoções por microexpressões faciais, impulsos elétricos cerebrais e rastreamento ocular a partir de um estímulo, utilizando ferramentas que possuem custos totalmente viáveis. “A proposta é que as empresas possam ter seus próprios dispositivos integrados a um software que funciona on-line e sob demanda. Isso é democratizar a prática da verdade para uma ciência que até então estava focada em grandes volumes teóricos”, explica Piardi. A tecnologia permite fazer testes individuais para saber quais as respostas inconscientes a diversas situações. Dessa forma, por exemplo, é possível aprimorar anúncios, filmes, embalagens, usabilidade de sites, e-commerce, reações a aromas, cores e sons. Tudo por causa do aprofundamento dos estudos sobre a experiência do usuário com as peças de comunicação.
As possibilidades não param por aí. Os coaches podem utilizar o laboratório para buscar os caminhos de condução do processo do seu coachee, com estímulos que integram o plano de sucesso definido no início do projeto. “Eles terão as pistas mais verdadeiras: as inconscientes e poderão criar formas de análise cruzando informações conforme sua necessidade. Eles também poderão emitir relatórios”, destaca Piardi. As universidades terão ganhos significativos com esse conjunto, pois elas poderão comprar equipamentos e sistemas para que seus alunos entendam na prática as reais métricas utilizadas pela neurociência aplicada, algo que foge completamente do modelo atual de ensino da disciplina.
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