Fiergs projeta alta de 1,9% para o PIB do país no próximo ano
A economia brasileira deve encerrar 2025 com crescimento de 2,1%, conforme anunciou a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) durante coletiva de imprensa anual para o balanço de 2025 e perspectivas para 2026, realizada nesta terça-feira (9). O estudo apresentado foi elaborado pela Unidade de Estudos Econômicos e está disponível na íntegra no Observatório da Indústria do RS. O presidente da Fiergs, Claudio Bier, enfatizou a gestão focada em interiorização, demonstrado por programas como o Rota Fiergs. Demandas prioritárias incluem melhorar a infraestrutura, promover a educação e ampliar o acesso tecnológico. A entidade investirá R$ 491,5 milhões em novas unidades do Sesi/Senai no estado até 2027.
No Rio Grande do Sul, o impacto produtivo do agronegócio deve contribuir para fechar o ano com crescimento de 1,6% em 2025 e 2,9% em 2026. A agropecuária deve avançar 17,6%. Nos serviços, a expectativa é de desaceleração, mas o desempenho deve ser sustentado pelas medidas fiscais previstas para 2026, que devem manter o consumo das famílias aquecido ao longo do ano e sustentar um crescimento de 1,7% no setor. A indústria deve crescer 0,8%, apesar da tendência negativa observada no decorrer do ano. Tarifas impostas pelos Estados Unidos provocaram forte queda nas exportações gaúchas: somente neste quadrimestre foram perdidos mais de US$ 250 milhões. A Fiergs projeta que, com a manutenção das tarifas, as exportações do estado para os Estados Unidos devem somar US$ 1,1 bilhão; sem tarifas, seriam US$ 2 bilhões. Ou seja, a perda estimada é de US$ 907 milhões.
Expectativa para 2026
A falta de confiança dos empresários industriais persiste e reduz expectativas para os próximos três meses. No Brasil, é esperada uma redução dos juros em março, em ritmo lento. A dívida bruta deve subir de cerca de 80% do PIB em 2025 para 85% em 2026. Estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado indicam trajetória que poderá alcançar 100% do PIB em 2030, reforçando a percepção de risco, restringindo a política monetária e mantendo o prêmio exigido pelos agentes em níveis elevados.
No entanto, Baggio também destacou o patamar elevado da renda bruta disponível das famílias (RNBDF) e a taxa recorde de desemprego como fatores relevantes. Medidas como a isenção do importo de renda, programas sociais, crédito para reformas e consignado prévio devem injetar dinheiro na economia e sustentar uma demanda aquecida em janeiro em diante. O acordo Mercosul–União Europeia, cuja assinatura vem sendo negociada, reforça expectativas de integração comercial e aquisição de equipamentos europeus, enquanto novos mercados na Ásia se abrem para produtos brasileiros. Além disso, o ano eleitoral deve favorecer obras públicas de infraestrutura.
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