Vendas no varejo mantêm patamar recorde em outubro
As vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em outubro, sexta taxa positiva consecutiva desde maio. Com isso, o patamar do varejo bateu recorde pela terceira vez seguida, ficando 0,9% acima de setembro e 8,0% superior a fevereiro, nível pré-pandemia. Em relação a outubro de 2019, o comércio cresceu 8,3%, alcançando a quinta taxa positiva consecutiva e a maior para um mês de outubro desde 2012 (9,2%). As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (10), pelo IBGE.
"Depois de quedas muito expressivas em março e abril, o varejo vinha em trajetória de crescimento, porém em ritmo de desaceleração – maio (12,2%), junho (8,7%), julho (4,7%), agosto (3,1%) e setembro (0,6%). Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um folego da economia num patamar que já estava alto", analisa Cristiano Santos, gerente da PMC.
Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram taxas positivas na comparação com setembro: tecidos, vestuário e calçados (6,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,9%), combustíveis e lubrificantes (1,1%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%). Apenas o setor de móveis e eletrodomésticos (-1,1%) recuou.
Período pré-pandemia
Santos destaca que o resultado de outubro está 8% acima do dado de fevereiro, anterior ao período da pandemia. O crescimento, porém, foi desigual, com altas em móveis e eletrodomésticos (19% acima de fevereiro), outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,3%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%). "O varejo ampliado mostra o mesmo comportamento, 4,9% acima de fevereiro, com cinco taxas positivas e cinco negativas. Material de construção teve o maior crescimento (21,5%) e veículos, motos, partes e peças, o menor (-5,2%), depois de Livros", detalha.
Para ele, alguns fatores explicam esse comportamento: "Hiper e supermercados e artigos farmacêuticos não tiveram suas lojas fechadas. Além disso, os mercados, logo no início da pandemia, absorveram parte das vendas de atividades que pararam. Já as atividades de material de construção e móveis e eletrodomésticos tiveram o impacto do componente renda, com o auxílio emergencial, que propiciou às famílias realizarem pequenas reformas e substituírem itens para a casa". O gerente do IBGE destaca, ainda, que a pressão inflacionária dos últimos meses segurou o crescimento da atividade de hiper e supermercados: "Quando olhamos para o volume, agosto e setembro estão negativos e outubro está positivo. Porém, quando olhamos para a receita, ela só está negativa em agosto", observa.
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