Quase 70% dos industriais do Paraná estão otimistas para 2021
O industrial do Paraná acredita no potencial e na força da indústria do estado. Esta é a conclusão da 25ª Sondagem Industrial, anunciada na manhã desta quarta-feira (16) pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Mesmo diante das dificuldades enfrentadas por diversos segmentos ao longo deste ano, 68,4% dos participantes acreditam que 2021 será um ano de retomada. Os empresários justificam o otimismo com uma expectativa de aumento das vendas de seus produtos, sinalizado por 71% deles. Já 40% apostam em abertura de novos mercados, 34% devem fazer novos investimentos, 33% devem incorporar novos modelos de negócios e 31% acreditam num controle da pandemia do coronavírus no país.
O resultado da Sondagem ficou abaixo do registrado no ano passado, quando 79% dos empresários estavam animados com 2020. Outros 27% se manifestaram neutros. Os pessimistas somam apenas 4,5% e os principais fatores que justificam esse comportamento são o aumento dos custos de matéria-prima, a redução nas vendas e a restrição de novos investimentos. A mostra coletada representa mais de 50 mil estabelecimentos industriais de 37 segmentos, que geram 792 mil empregos no Paraná. Acesse aqui a íntegra da pesquisa.
Para o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, o nível de otimismo menor este ano se justifica em decorrência do momento de grandes incertezas pela qual as economias brasileira e mundial estão passando. "O dado sinaliza uma preocupação, mas também que o empresário acredita que a economia e, principalmente sua atividade, estão em uma trajetória de recuperação", destaca. "A indústria, responsável por 20% do PIB nacional, paga 35% de impostos. Esse Custo Brasil que incide sobre a produtividade tem de ser tirado. Estamos confiantes que a reforma tributária seja aprovada", opina o presidente da Fiep.
Reflexo do otimismo e um dos pontos fundamentais da pesquisa também é a intenção de investimentos. "A retomada dos investimentos é um forte sinal de recuperação. Seja em ampliação de estrutura, aquisição de maquinário, aumento de postos de trabalho ou em inovação é um ponto importante para manter a competitividade", analisa Marcelo Alves, economista da federação. Quando questionados diretamente sobre essa intenção, 69% dos gestores confirmaram a disposição de investir em inovação e melhoria de processos, produtos ou serviços, ampliação de capacidade produtiva, redução de custos e melhoria da qualidade. "Essas prioridades indicam estratégias de reposicionamento de mercado, aumento da capacidade produtiva e manutenção ou ampliação da competitividade", afirma o economista.
Chama a atenção na sondagem a origem dos investimentos. Cerca de 60% das empresas que investirão em suas atividades produtivas informaram que vão lançar mão de recursos próprios para financiar suas iniciativas. "A série histórica da Sondagem Industrial mostra que esse comportamento vem se mantendo ano após ano. Isso se explica, em linhas gerais, pela dificuldade de acesso, a burocracia e o alto custo do crédito no Brasil, além dos riscos de endividamento", avalia Evânio Felippe, economista que também participou do estudo. Segundo ele, na comparação com anos anteriores, caíram as intenções de empréstimos junto aos bancos. Em contrapartida, as cooperativas de crédito e fintechs vêm se tornando cada vez mais atrativas para financiamento de investimentos.
Comentários: