Pequenas empresas serão mais afetadas pelo tarifaço em Santa Catarina
Uma pesquisa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgada nesta quinta-feira (31) aponta que as indústrias catarinenses já vêm sentindo os impactos, em decorrência da insegurança gerada pelo anúncio do governo norte-americano. Além de pedidos em queda, 53,8% das empresas foram obrigadas a suspender embarques. Consequências atuais do anúncio das tarifas já envolvem redução no volume de pedidos de clientes (63,2% das empresas), negociações para redução de preços (38,5%) e férias coletivas (17,7%). Os principais produtos da pauta exportadora de Santa Catarina não estão na lista de produtos isentos. "Nossa avaliação inicial é de que o grupo de exceções afeta pouco o estado de Santa Catarina", atesta Pablo Bittencourt, economista-chefe da entidade. Indiretamente, porém produtores catarinenses são fornecedores dos setores em exceção.
As empresas de menor porte estão mais pressionadas sobre sua dívida de curto prazo. "Empresas muito endividadas vão precisar de linhas específicas de financiamento para poder atravessar esse momento, e é nesse sentido que faremos a defesa junto às instâncias do setor público", declarou o economista. Os produtos de madeira e derivados, como móveis, que lideram as exportações catarinenses para os Estados Unidos, constam entre os produtos sob investigação do governo dos Estados Unidos. A taxa final de tarifas deve ser determinada ao final da investigação do governo norte-americano (veja quadro ao final desta reportagem). O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, enfatizou que a entidade está em diálogo com o governo brasileiro e com o estado para discutir medidas que minimizem o impacto das tarifas. "Nossa preocupação desde o início é de que houvesse serenidade, diplomacia e que não houvesse retaliação", declarou.
Perspectivas para os próximos seis meses
A pesquisa revela que a manutenção das tarifas norte-americanas nos patamares anunciados no dia 30 teria efeitos sobre a capacidade das indústrias catarinenses de honrar seus compromissos. As principais consequências futuras previstas pela Fiesc, no caso da tarifa de 50% durante os próximos seis meses, são o redirecionamento da produção para outros mercados (61,4%), futuro anúncio de férias coletivas (42,5%), incapacidade de honrar compromissos com fornecedores (37%) e também compromissos financeiros (33,9%). Além disso, mais da metade das empresas (51,2%) estima que haverá uma queda no faturamento superior a 30%. Apenas 6,2% das empresas consultadas consideram que não haverá retração na receita., enquanto 27,9% das exportadoras não preveem demissões como consequência das tarifas.
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