O que a Vaga-Lume ensina sobre marketing

Os 50 anos da coleção de livros infanto-juvenis
Projeto completou meio século na semana passada ensinando o gosto pela leitura e, de quebra, oferecendo lições de marketing pelo caminho

Atire o primeiro marcador de página quem não leu ao menos um título da Coleção Vaga-Lume, a série de livros infanto-juvenis da editora Ática. Pois o projeto, hoje sob os cuidados da Somos Educação, completou meio século na semana passada ensinando o gosto pela leitura e, de quebra, oferecendo lições de marketing pelo caminho. Marketing? Sim. Alguns detalhes revelados semana passada sobre a Coleção, por ocasião de seu cinquentenário, interessam a todos aqueles que militam na área e ajudam a explicar a longevidade e o sucesso da iniciativa, como se verá abaixo:

  • Lição #1: faça um produto voltado para o seu target. ""A Vaga-Lume seguia uma fórmula (...): livros escritos para o leitor jovem, com personagens jovens, se deparando com questões típicas da juventude. Textos leves, com muita aventura, mistério e humor"
  • Lição #2: adapte-se à linguagem e ao ritmo do público-alvo. Acostumados com TV, cinema e videogames, jovens não se dedicariam à leitura se esta não os envolvesse logo de início. Por isso, "o autor precisava cativar seu público até a página sete". "Se a história demorasse a decolar, as chances de o leitor se cansar dela eram grandes".
  • Lição #3: teste o produto... "Editor da Vaga-Lume entre 1973 e 1984, Jiro Takahashi pedia aos autores uma sinopse de três páginas sobre a história que gostariam de contar. Em seguida, enviava aquele resumo, sem mencionar o nome do autor, para 3.000 alunos das redes pública e particular do Rio, São Paulo e Minas. Sob a orientação de professores, os estudantes avaliavam desde a trama até os personagens. Em alguns casos, davam notas. Em outros, sugeriam ajustes".
  • Lição #4: ...e acate as sugestões do target. "Foi assim (testando a sinopse com alunos) que Marcos Rey incluiu um personagem cadeirante em O Mistério do Cinco Estrelas e mudou o gênero da protagonista de Sozinha no Mundo. "Se os alunos liam rápido demais a sinopse, era sinal de que o livro era bom. Se demoravam, hummm… algo estava errado".
  • Lição #5: tenha uma boa tática de preço. ""Os livros vendiam muito porque o preço era baixo (...). Cada livro da coleção não podia custar mais do que um exemplar de uma revista semanal, como Veja ou IstoÉ".
  • Lição #6: dê atenção ao cliente. "A Ática não recebia apenas convites para seus autores visitarem escolas. Recebia também cartas. Centenas delas. "Sempre fiz questão de responder uma por uma", garante Sersi Bardari, um dos autores da coleção.
  • Lição #7: reconheça que poderia ter feito mais. "Jiro Takahashi (...) lamenta o fato de não ter pensado lá atrás no licenciamento de produtos, como o boneco do Luminoso, o mascote da coleção, por exemplo. Ou, ainda, na adaptação de filmes, peças e jogos baseados nos livros da série".


Bom, quem sabe esses não são bons planos para os próximos 50 anos da Vaga-Lume? Fãs não faltariam – de todas as idades.

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Sexta, 03 Mai 2024

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