Cooperativas gaúchas faturam R$ 93,2 bilhões em 2024

Expressão do Cooperativismo Gaúcho aponta crescimento de 8,4% em relação a 2023

As cooperativas gaúchas registraram, no último ano, mais um desempenho recorde, com aumento nos números gerais do cooperativismo no Rio Grande do Sul, superiores ao crescimento do PIB gaúcho. Os dados da Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2025 (ano-base 2024) foram apresentados durante nesta terça-feira, 1º de julho, pelo Sistema Ocergs. 

"A comunidade abraça o cooperativismo e é por isso que temos esses números", salienta o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann. O presidente enfatizou que o Rio Grande do Sul é o berço do cooperativismo nacional, e que este modelo de negócio representa 14% do PIB do estado. Além disso, as cooperativas reúnem 4,2 milhões de associados, o que corresponde a um terço da população gaúcha, e fecharam o ano com 78,5 mil postos de trabalho.

A expectativa para o ano de 2025, declarado pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional das Cooperativas, é ambiciosa: Hartman projeta  crescimento percentual de dois dígitos, seguindo a escalada de crescimento recorde dos últimos anos. Para além do panorama macro, serão detalhadas as informações de faturamento, sobras, patrimônio e ativos referentes a cada um dos ramos de atuação das 372 cooperativas do estado. 

Destaques do cooperativismo
O agro é o maior ramo do cooperativismo no estado, com R$ 49,9 bilhões em faturamento e 40 mil pessoas empregadas, e teve um crescimento de 30,78% nas sobras, que registraram R$ 1,2 bilhões. Apesar dos resultados positivos, o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, enfatizou que fatores como estiagens e queda de preço dos commodities nos últimos anos são um fator de alerta, pois aumentaram o endividamento dos produtores.

O crédito, em segundo lugar, apresentou faturamento de R$ 27,8 bilhões, mas o destaque vem para os três milhões de colaboradores do setor. Além disso, a relação com o público também foi enfatizada pelo presidente. "Em todos os municípios, quando não existe banco oficial, existe banco cooperativo. E além dessa visão da tecnologia da informação, o cooperativismo de crédito tem investido muito nas relações com as pessoas", declarou Hartmann.

A saúde, que retomou um patamar normalizado de crescimento após o baque da suspensão de cirurgias e exames durante a pandemia, resultando em um faturamento de 10,6 bilhões, um aumento de 11,05% relativo ao ano anterior . Com 52 cooperativas, 56% dos planos de saúde do estado são ligados à Unimed.

Setores em crescimento
O setor de infraestrutura, que atua em serviços de energia e conectividade, faturamento de R$ 2 bilhões, com ampliação de 5,24%. As cooperativas gaúchas possuem mais de 500 mil cooperados, sobretudo em cidades pequenas, que não são cobertas por grandes empresas. Esse papel foi destacado por Hartmann na atuação diante dos eventos climáticos extremos que atingiram o estado em 2024. "Atuamos nos lugares onde os eventos climáticos são mais intensos e elas fazem uma cooperação transversal para resolver problemas imediatamente", relatou.

A produção de bens e serviços, o transporte e o consumo, ramos menos expressivos do cooperativismo no estado, também apresentaram crescimento. Entre as dificuldades desses setores, Hartmann apontou a necessidade de acompanhamento e profissionalização, bem como limitações impostas pela legislação e a dificuldade de contratar e reter profissionais.

Veja mais notícias sobre AgronegócioEconomiaRio Grande do Sul.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Terça, 01 Julho 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/