PIB gaúcho avança 1,3% no primeiro trimestre

Indicador foi impulsionado pela agropecuária, mas setor deve sofrer impactos da estiagem nos próximos meses
Indústria de transformação apresentou resultado positivo após nove trimestres consecutivos de queda

A economia do Rio Grande do Sul cresceu 1,3% no primeiro trimestre de 2025, frente aos últimos três meses de 2024, na série com ajuste sazonal. O resultado acompanha o comportamento da economia brasileira, que registrou variação de 1,4% no mesmo período. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e contou com a participação do secretário adjunto de planejamento, governança e gestão, Bruno Silveira, do diretor do Departamento de Economia e Estatística da secretaria (DEE) e com as análises do pesquisador do DEE, Martinho Lazzari. Entre os setores, o maior destaque do trimestre encerrado em março foi a agropecuária, com alta de 27,3% no período. A expansão da agropecuária foi puxada pelas elevações das produções de arroz (14%), milho (6%), fumo (18%) e uva (36%). Dentre as principais culturas do período, apenas a de soja (-37%) apresentou redução. 

Indústria de transformação deve despontar nos próximos meses
A indústria teve leve crescimento de 0,2%, enquanto o setor de serviços apresentou variação negativa de 0,2%. Considerando os quatro trimestres encerrados no primeiro trimestre de 2025, desde o período anterior às enchentes, a economia gaúcha avançou 3,7%. No mesmo período, o PIB nacional variou 3,5%. Na indústria de transformação, os destaques positivos foram os segmentos de produtos minerais não metálicos (7,7%), máquinas e equipamentos (6,4%), produtos de borracha e de material plástico (5,4%) e celulose, papel e derivados (4,9%). "A indústria de transformação pode ser considerada uma boa notícia, uma vez que apresentou seu terceiro trimestre seguido de crescimento, tendo como principal destaque o setor de máquinas e equipamentos, que após dois anos de queda voltou a apresentar números positivos. Já o comércio apresentou variação negativa na margem, a primeira vez desde as enchentes. Porém, seu nível permanece em um patamar alto e superior ao registrado no mesmo trimestre de 2024", analisa Lazzari. 

O setor de serviços também teve desempenho positivo, com expansão em todas as atividades, exceto em administração pública, educação e saúde públicas (-0,7%). As principais altas foram registradas em comércio (6,0%), transporte, armazenagem e correio (4,7%), intermediação financeira e seguros (4,5%) e outros serviços (2,2%). No comércio, das dez atividades analisadas, oito apresentaram crescimento, com destaque para as vendas de hipermercados e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (4,8%), material de construção (13,6%), veículos (6,2%) e combustíveis e lubrificantes (7,3%). As únicas quedas ocorreram nos segmentos de informática e comunicação (-8,5%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%).

Comportamento dos setores reflete recuperação pós-enchentes
Na análise comparativa entre o primeiro trimestre de 2025 e 2024, o PIB do estado cresceu 1,8%. No mesmo recorte, a economia brasileira registrou avanço de 2,9%. O setor agropecuário subiu 6,3%, enquanto os serviços cresceram 2,6%. Já a indústria recuou 1%, resultado atribuído, principalmente, à atividade de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana, que apresentou queda de 19,5% e é fortemente influenciada pela estiagem, que impacta a geração de energia hidrelétrica com a diminuição dos reservatórios. "A queda é exatamente porque estamos comparando um período em que houve, principalmente em março, queda na geração de energia, contra primeiro trimestre de 2024, que foi dentro da normalidade", explica Lazzari. 

Apesar do recuo, o setor industrial apresentou expansão em segmentos como indústria extrativa mineral (3,4%), construção (4,1%) e indústria de transformação (1,1%). Para Lazzari, as estiagens consecutivas e o efeito das enchentes contribuíram para a queda na economia gaúcha desde 2021, mas a consistência do crescimento subsequente indica a recuperação do estado. "A evolução que tivemos após as quedas é parecida com a do Brasil, mas estamos em um patamar abaixo e ainda não recuperamos completamente", afirma. 

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Quinta, 26 Junho 2025

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