PTT: uma sigla que une economia, segurança e eficiência

Pontos de Troca de Tráfego podem ser muito úteis para um provedor de internet
Os PTTs no Brasil seguem o Marco Civil da Internet e suas premissas de neutralidade, qualidade, baixo custo e alta disponibilidade

NICA internet pode ser visualizada como uma gigantesca teia cobrindo o planeta, descentralizada e dispersa, com alguns grandes HUBs. Há muito fluxo de dados e diversos pequenos HUBs que facilitam a conexão. Essa descentralização, redundância e abundância de interconexões torna a internet imune a um único ponto crítico, mas também eleva o custo para conexões diretas entre servidores. Isso abre espaço para que os Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) tomem esse espaço de interconexão, concentrando e distribuindo dados locais.

No Brasil, por exemplo, temos o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) gerindo o PTT.br, que é um projeto de PTTs locais para facilitar o fluxo de informações e conteúdo on-line para provedores de internet. Dessa forma, quanto maior e melhor um PTT, melhor a qualidade de trocas de dados para os provedores de internet. Hoje, a NIC.br opera 25 PTTs – sete deles na região Sul: Americana (SP); Belém (PA); Belo Horizonte (MG); Brasília (DF); Campina Grande (PB); Campinas (SP); Caxias do Sul (RS); Curitiba (PR); Florianópolis (SC); Fortaleza (CE); Goiânia (GO); Lajeado (RS); Londrina (PR); Manaus (AM); Maringá (PR); Natal (RN); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Rio de Janeiro (RJ); Salvador (BA); São Carlos (SP); São José dos Campos (SP); São José do Rio Preto (SP); São Paulo (SP) e Vitória (ES).

Há diversas vantagens para um provedor utilizar PTTs. O primeiro é o custo. Conectar-se em um PTT tem impacto direto no trânsito de dado e oferece maior velocidade de conexão direta com outros provedores. As vantagens também são comerciais. Com a possibilidade de venda de conexões para outros provedores, há uma melhora na qualidade de prestadores de serviços de menor alcance que não estão no escopo do PTT.br. Por fim – e não menos importante: a segurança. Com maior disponibilidade de rotas, há uma menor possibilidade de perda de dados durante o tráfego.

É importante ressaltar que os PTTs no Brasil seguem o Marco Civil da Internet e suas premissas de neutralidade, qualidade, baixo custo e alta disponibilidade. Ainda há um grande desconhecimento sobre a rede de internet brasileira e como ela opera, o que dificulta o aproveitamento e otimização da infraestrutura que temos no país, que é o segundo no mundo em número de PTTs (25 contra 87 dos Estados Unidos).

É preciso entender que esse investimento se traduzirá não só em velocidade, pois os pontos de acesso e troca de dados ficam mais próximos, como também em segurança, uma vez que não há mais a necessidade da troca de informações em redes de fora do país. Como resultado, significa uma redução de custos e um aumento na eficiência para qualquer empresa.

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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