Startup do Paraná Hi Technologies desenvolve teste para coronavírus
A startup paranaense de equipamentos de saúde Hi Technologies (foto), especializada em exames laboratoriais, está produzindo um lote de testes para diagnosticar o coronavírus, cujo avanço rápido no país tem ampliado a demanda por prevenção e detecção da doença. A companhia tem entre os sócios a Positivo Tecnologia e os fundos de venture capital monashees e Qualcomm Ventures. Criada em 2017, a Hi é uma healthtech, plataforma de tecnologia de serviços de saúde.
A empresa afirma que já está trabalhando com seu sistema de laboratório portátil com redes de farmácias incluindo RD, Pague Menos e Panvel para detecção de doenças como Aids, Zika, Chikungunya, dengue, hepatites e diabetes. A startup tem uma equipe de 125 pessoas, incluindo farmacêuticos e engenheiros de medicina, com parte da equipe rodando o noticiário global sobre epidemias para eventualmente desenvolver testes para detecção delas.
Segundo o cofundador e presidente da companhia, Marcus Figueiredo, o teste foi validado há poucos dias e o primeiro lote chegará a alguns clientes na semana que vem, e depois a farmácias e hospitais de algumas das cidades mais populosas do Brasil a partir de abril. O procedimento de teste é feito de forma remota, com a amostra de sangue coletada numa cápsula e introduzida com reagentes num dispositivo portátil. O resultado é transmitido instantaneamente para um laboratório físico, onde os dados são processados com uso de algoritmos antes da emissão de um laudo. O resultado sai em até 15 minutos, ao custo de R$ 130, informa a companhia.
Segundo Figueiredo, o procedimento é compatível com testes rápidos anunciados há cerca de um mês na China, onde a doença surgiu. O nível estimado de precisão do teste da Hi é de 93% a 98%. Diferente de alguns sistemas utilizados até agora no país, que permitem detectar a doença mesmo antes de uma pessoa ter sintomas da doença, a tecnologia da Hi é para casos em que o indivíduo já apresenta sintomas do novo coronavírus há pelo menos três dias. A detecção é feita por meio de um anticorpo produzido pelo próprio indivíduo, e não do Covid-19.
De acordo com Figueiredo, esses recursos de diferentes instituições de saúde devem estar disponíveis no mercado nas próximas semanas, à medida que o número de casos da doença cresce rapidamente no país, elevando a procura das pessoas por testes em ambientes alternativos aos de hospitais públicos. De acordo com Figueiredo, embora a demanda deva crescer na mesma velocidade que o total de casos confirmados, o volume de testes deve crescer de forma planejada. "A capacidade produtiva não é o maior desafio, mas não posso colocar um milhão de testes no mercado, porque essa é uma epidemia que deve ter vida curta. No momento, estamos atendendo as encomendas", informa o executivo.
Além da startup paranaense, hospitais e outras empresas de diagnósticos médicos brasileiros estão desenvolvendo seus próprios mecanismos de testes para o coronavírus. As empresas de diagnósticos médicos Fleury, Dasa e Hermes Pardini têm aplicado testes desde fevereiro. Até quinta-feira (19) já foram contabilizadas sete mortes ligadas ao coronavírus no Brasil, sendo cinco em São Paulo e duas no Rio de Janeiro.
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