Ortopé amplia receita no embalo do calçado multiuso
“Ortopé, Ortopé, tão bonitinho”. O jingle, que marcou a infância de crianças das décadas de 1980 e 1990, hoje não é ouvido com muita frequência. A marca de calçados infantis que ficou famosa nacionalmente entrou em falência nos anos 2000 e foi comprada pelo Grupo Paquetá em 2007. Desde lá, traça um caminho de recuperação para colocar seu nome novamente em destaque entre as grifes brasileiras líderes do setor, como Bibi e Pampili. Reconhecida por seus produtos confortáveis e ortopédicos, a Ortopé tem, em conjunto com suas coleções tradicionais, investido em projetos especiais para ganhar a atenção do consumidor e incrementar a receita.
Foi assim no ano passado com a linha Estica e Puxa, cujos tênis possuem, no lugar dos cadarços, elásticos coloridos. O modelo rendeu à empresa R$ 19 milhões em vendas, 20% do total faturado pela companhia. Neste ano, virá sobre duas rodinhas o destaque nos resultados finais da Ortopé. Ao alcançar sucesso com a versão com rodinhas do Estica e Puxa em maio, a empresa de calçados infantis elevou as perspectivas de faturamento à primeira centena – antes do lançamento, a projeção estava por volta dos R$ 90 milhões. Para atender a grande procura, a fabricante gaúcha dobrará a produção inicialmente prevista para 250 mil pares. As vendas devem responder por cerca de 70% da receita prevista para este ano.
É neste embalo de novidades e inovações que a Ortopé busca conquistar as crianças – ou melhor, os pais – em um momento em que as famílias brasileiras colocam o pé no freio nos gastos com vestuário, sapatos e acessórios. “Se antes adquiriam 8 a 10 pares por ano, hoje compram somente o que é necessário”, nota Fabio Schmitz (foto), gerente de marketing da companhia. O novo modelo Estica & Puxa é definido pela companhia como aliado dos pais neste momento de contenção de despesas, pois, além de calçado, o produto também pode ser considerado brinquedo, permitindo que duas demandas das crianças sejam atendidas de uma só vez.
A Ortopé planeja lançar mais uma novidade neste semestre que será incorporada ao Estica e Puxa com Rodinhas. Sem revelar detalhes, Schmitz, gerente de marketing da empresa, confia que, com o dia das crianças e o Natal, o novo modelo dará um impulso ainda maior aos resultados da Ortopé este ano em que a empresa tem registrado volumes menores de venda, mas não de receita. Isso porque, na visão de Schmitz, os pais têm priorizado a qualidade do produto ao preço na hora de comprar o calçado para os filhos.
Projeto 2020
Caçula do Grupo Paquetá – representando 4,2% dos negócios de R$ 2,5 bilhões da dona das marcas Dumond, Capodarte, Lillys Closet e Ateliermix, além das lojas de varejo Paquetá e Gaston –, a Ortopé tem nos projetos especiais como o tênis com rodinhas um dos quatro pilares para chegar a um faturamento de R$ 180 milhões em 2020. Entre outras estratégias, estão previstas o aprimoramento dos serviços e do relacionamento com os lojistas, o aumento da carteira de clientes e a ampliação da atuação no mercado externo.
No momento, a Ortopé exporta somente 10% da sua produção. “Temos uma marca muito conhecida na América Latina. É um mercado muito maduro para nós”, frisa Schmitz. Agora a empresa trabalha para acrescentar à lista de compradores de seus produtos países da Europa e os Estados Unidos. “Queremos ter uma participação mais efetiva das vendas para o exterior no faturamento, exatamente para que, quando estivermos numa situação como a de agora, na qual o dólar está mais valorizado, tenhamos um ganho garantido pela exportação”, raciocina Schmitz. Os primeiros resultados desta estratégia são esperados para 2017. Para o ano que vem, a Ortopé também se prepara para ampliar o mix oferecido, acrescentando acessórios ao seu portfólio. Os itens que serão produzidos ainda não foram definidos, mas deverão funcionar como mais uma ligação da grife com o público.
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