Marcopolo prevê recuperação gradativa a partir de outubro

Fabricante de ônibus viu venda desabar 30% no segundo trimestre com a crise da Covid-19
Companhia ainda responde por metade da produção de carrocerias de ônibus no país

Apesar da brusca queda de mercado de transporte causada pela pandemia de Covid-19 no Brasil e no exterior, a Marcopolo conseguiu se manter no azul no segundo trimestre. A companhia registrou lucro líquido de R$ 1,3 milhão (contra R$ 90,9 milhões no mesmo período do ano passado). A receita líquida da companhia entre abril e junho somou R$ 798,5 milhões, uma redução de 30,1% ante o mesmo intervalo de 2019. Já no acumulado anual, a receita líquida foi de R$ 1,7 bilhão, valor 15,8% menor do que no primeiro semestre do ano passado. O lucro líquido, entre janeiro e junho, totalizou R$ 12 milhões, resultado 89,8% abaixo do que no primeiro semestre de 2019 (R$ 117,9 milhões). Veja os dados dos principais indicadores na tabela ao final desta reportagem.

A produção total da Marcopolo atingiu 2.335 unidades no segundo trimestre deste ano, 45,7% inferior na comparação anual. A retração está em linha com a da produção total de ônibus no país, que teve queda de 43,2% em relação ao 2T19, somando 3.300 unidades. As operações da Marcopolo foram afetadas pela concessão de férias coletivas nas duas primeiras semanas de abril na operação brasileira, assim como pelas paralisações em praticamente todas as operações da companhia no exterior, por conta da pandemia. Atualmente, todas as unidades já se encontram em atividade, no entanto, a maioria opera com níveis menores de produção e mão de obra na comparação com igual período de 2019.

"Como resposta a esse cenário, a Marcopolo estendeu a duração da carteira de pedidos, e rapidamente concentrou esforços em duas grandes frentes: adequação de custos e preservação de caixa, por um lado, e o desenvolvimento de alternativas que viabilizem nossos clientes a voltarem a operar com segurança, com o lançamento da plataforma Marcopolo BioSafe", afirma José Antonio Valiati, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Marcopolo. "Trata-se de uma série de soluções de biossegurança, desenvolvidas para tornar o transporte coletivo mais seguro contra contaminações de vírus e bactérias e resgatar a confiança dos passageiros, de que terão condições sanitárias adequadas ao viajarem. Essas iniciativas vêm sendo bem recepcionadas pelo mercado, com parte das carrocerias produzidas a partir de junho sendo equipadas com componentes da Marcopolo Biosafe", acrescenta.

O diretor financeiro da Marcopolo ressalta que, mesmo com o cenário adverso, a companhia praticamente manteve a sua participação de mercado no país, com 53,4% de market share no primeiro semestre de 2020 contra 49,4% no mesmo período de 2019, e segue líder na produção brasileira de carrocerias de ônibus. As atividades de fretamento, linhas rodoviárias intermunicipais e vendas públicas, principalmente no âmbito do programa federal Caminho da Escola, seguem sustentando as vendas de rodoviários leves, urbanos, micros e Volare. No trimestre, a companhia entregou 724 unidades vinculadas ao programa Caminho da Escola e o ritmo de entregas deve se acelerar no terceiro trimestre.

Mercado externo
As exportações da Marcopolo mostram melhor desempenho na comparação com o mercado brasileiro em função da desvalorização cambial e do bom momento nas entregas ao continente africano. O menor volume de unidades segue sendo parcialmente compensado pela maior rentabilidade das operações, considerando o atual patamar do câmbio. A companhia prevê que as exportações devem aumentar novamente a partir do quarto trimestre, tendo em conta a sazonalidade do período e novas entregas para a África.

"Todos os segmentos de mercado foram afetados pela retração de demanda, causada pelas restrições nos transportes no Brasil e no exterior. Mesmo neste cenário, podemos destacar a menor queda de volumes da nossa controlada australiana Volgren. A unidade teve a produção interrompida por apenas 10 dias, trazendo lucro no segundo trimestre e com perspectivas positivas também para o segundo semestre", diz Valiati.

Ainda sobre as coligadas, a operação colombiana da Superpolo obteve uma rápida retomada a partir da volta da produção no início de maio e deve permanecer entregando resultados consistentes durante todo o ano de 2020, tendo uma carteira de pedidos mais extensa associada à renovação da frota de Bogotá. Já as coligadas na Índia e no Canadá trouxeram impactos negativos. A partir de outubro, a Marcopolo espera uma recuperação de volumes por conta de encomendas já efetivadas, especialmente em exportações, bem como em função do arrefecimento da pandemia e reabertura gradual das cidades, já iniciada na grande maioria dos países.

Veja mais notícias sobre EmpresaRio Grande do Sul.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 29 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/