Dólar a R$ 3 é ruim? Veja sete ações da Bolsa que riem a toa com isso

O tão temido "dólar a R$ 3" chegou nesta quarta-feira (4). A disparada da moeda incomoda desde o Banco Central - que vê ainda mais riscos inflacionários com esse cenário - até os brasileiros que planejam viaja...

O tão temido "dólar a R$ 3" chegou nesta quarta-feira (4). A disparada da moeda incomoda desde o Banco Central - que vê ainda mais riscos inflacionários com esse cenário - até os brasileiros que planejam viajar ao exterior. Mesmo assim, a Bovespa está aí para mostrar que essa não é uma má notícia para todos.

Um levantamento do InfoMoney mostra sete ações listadas na Bolsa com motivos de sobra para comemorar a apreciação do dólar, que até agosto do ano passado estava cotado a R$ 2,25. De lá pra cá, a alta é de 33%. Na lista, de ações, aparecem as "óbvias" exportadoras e também empresas que administram programas de fidelidades de companhias aéreas.

 

Confira as sete ações que estão rindo a toa com o dólar a R$ 3,00:

 

Fibria e Suzano

De três empresas do setor de papel e celulose, duas delas conseguem se beneficiar diretamente com esse cenário: Fibria a Suzano. Ambas possuem forte quantidade da receita lastreada em dólar, enquanto os custos operacionais são pagos em reais. Com a receita crescendo em relação ao custo, o resultado óbvio é aumento nas margens.

 

A Fibria possui mais de 90% das suas receitas lastreadas na moeda norte-americana, enquanto apenas 20% dos seus custos são em dólar. Já a Suzano tem 70% de suas receitas em na divisa dos EUA, ante 30% dos custos. De 20 de janeiro pra cá, as ações da Fibria e Suzano subiram 33% e 28%, respectivamente.

 

Uma pequena ressalva se faz necessária para a Klabin, outra empresa do setor. Ela é mais voltada ao mercado interno e, portanto, não consegue colher tão bem os frutos da situação atual. No mesmo período, os papéis da companhia também subiram cerca de 30%.

 

Embraer

No caso da produtora de aviões, a Embraer tem 90% de sua receita em dólar. Seus custos na divisa também são altos, estando atualmente em 70%, o que enfraquece um pouco, mas não anula o efeito positivo da depreciação cambial.

 

De 20 de janeiro pra cá, as ações subiram mais de 20% e estão cotadas a R$ 26, bem próximo da máxima histórica na Bolsa (R$ 26,54). 

 

BRF e JBS

Duas gigantes do setor de alimentos, a BRF (foto) e a JBS se beneficiam não só porque exportam uma grande parte da sua produção como porque também têm um barateamento nos seus custos devido à relação dólar-preços das commodities agrícolas, tidas como insumos da produção. Com a alta da moeda dos EUA, esses preços tendem a sofrer um ajuste natural.

 

Tanto JBS quanto BRF operam próximos de suas máximas históricas na Bolsa. No entanto, se a JBS marca alta de mais de 20% desde a metade de janeiro, as ações da BRF têm sofrido com a greve dos caminhoneiros nos últimos dias e atualmente encontram-se 10% distantes de seus preços recordes na Bovespa.

 

Multiplus e Smiles

Empresas que administram programas de fidelidades de companhias aéreas são beneficiadas pois os contratos de pontuação são estabelecidos em dólar. É o caso da  Multiplus, que cuida do plano da TAM, e da Smiles,  responsável pelo plano da Gol. As ações da Multiplus já subiram 12% em 2015; já a Smiles tem leve valorização de 3%, mas seus papéis estão cotados bem próximos da máxima histórica.

 

E quem está triste com o dólar?

Se as companhias acima estão rindo a toa com esse cenário, a companhia aérea Gol é uma que tem pouco a comemorar: com mais da metade dos seus custos lastreados em dólar e apenas 10% da sua receita beneficiada pela moeda, o impacto nas suas margens é brutal. Em 2015, ela é uma das empresas que mais perderam valor de mercado dentro do Ibovespa, com queda de 38%. Recentemente, os papéis bateram a faixa de R$ 9,35, o menor patamar desde fevereiro do ano passado.

 

Outro caso é a Marfrig: apesar da sua exposição ao dólar, a empresa também possui muitos custos e dívidas lastreados na moeda, o que acaba tirando sua atratividade perante os outros pares da Bolsa - em outras palavras, investidores podem "trocar" ações da empresa pelas outras opções da Bolsa. No ano, as ações já caíram 28%.

Veja mais notícias sobre Mercado de Capitais.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 02 Agosto 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/