Para conservar a liderança
Apesar de um cenário econômico difícil, a Electrolux atingiu metas surpreendentes em 2014. Tendo o Brasil como o principal indutor do seu crescimento na América Latina, a fabricante de eletrodomésticos está realinhando a sua operação em países vizinhos. “Estamos muito felizes. Em termos de faturamento, na América Latina, crescemos em torno de 13%. E Isso apesar de termos saído de operações, como na Venezuela, e de termos diminuído nossa participação no México em função da crise nos Estados Unidos, no começo do ano”, conta Adriano Moura, diretor financeiro da Electrolux para a região. Argentina e Chile são as outras operações que garantiram o crescimento da Electrolux.
Ainda que o Brasil seja a principal operação, nem por aqui as vendas têm sido fáceis. De acordo com uma pesquisa da consultoria alemã GFK, houve, em 2014, um decréscimo do mercado da linha branca, que contempla fogões, geladeiras e refrigeradores. Na comparação com 2013, esse mercado encolheu em 6,5% no país. Mesmo assim, a multinacional sueca faturou R$ 7,4 bilhões, um salto de 6% em relação ao valor obtido no mercado brasileiro, no ano anterior. “Conseguimos conquistar indicadores financeiros positivos mesmo em um momento muito complicado”, comemora Moura.
O cenário brasileiro hoje é bastante diferente do de 2012, quando incentivos fiscais para produtos da linha branca foram concedidos pelo governo e a economia estava em um momento mais animador. “Em 2013 e 2014 houve queda nas vendas da categoria. Crescer foi realmente uma grande conquista”, reforça Moura, sustentando que a ampliação do faturamento, mesmo em meio a crises, foi uma tônica nos últimos 10 anos (leia quadro sobre o aumento de 7% da receita em 2013).
A dificuldade de manter os bons resultados nesse mercado fez com que duas concorrentes, as coreanas Samsung e LG, desistissem de realizar investimentos. Na esteira do crescimento das vendas, em 2011, as empresas anunciaram a construção de fábricas no país para montagem de produtos da linha branca. Porém, com a retração, o plano foi abortado. Líder no Brasil, a Electrolux conseguiu nos últimos meses ultrapassar a fatia de mercado correspondente à soma das vendas da Consul e da Brastemp, que pertencem à Whirlpool, sua maior concorrente.
Mesmo que 2015 seja um ano com pouca perspectiva de expansão da economia, a Electrolux vê oportunidades. “O melhor exemplo de que ainda há espaço para crescermos são as lavadoras, pois metade dos lares brasileiros não possui o aparelho”, percebe Moura. Incertezas sobre o câmbio e sobre a inflação são preocupações para o ano – além da temida crise energética. A companhia lembra do sufoco que o setor enfrentou com o apagão no início dos anos 2000. Algumas linhas de produtos, como ar-condicionado e freezers, foram muito afetadas. Mas, ainda que carreguem a fama de vilões da conta de luz por consumirem muita energia, esses equipamentos podem se tornar atraentes em um cenário de tarifas mais caras. Um produto fabricado há cinco anos já poderia ser substituído por um mais moderno. “Temos de mostrar para o consumidor que, se comprar um ar-condicionado novo, ele vai ter um benefício de economia energética, e isso é um atrativo”, aponta Moura.
Nos planos da Electrolux, a palavra-chave para conquistar um consumidor retraído é inovação. A expectativa da companhia sueca é lançar no Brasil 100 novos produtos até junho. Um número ousado, quando comparado à marca de 63 produtos lançados em 2013. E os novos aparelhos devem ter ao menos um diferencial relevante em relação ao que já é encontrado no mercado. “Temos um centro de design para a América Latina, em Curitiba, onde usamos tecnologia mundial para fazer um produto totalmente adaptado para o consumidor brasileiro”, sinaliza Moura. A empresa conta com quatro fábricas no país, onde monta aproximadamente 90% dos produtos que vende no mercado interno. Dentre eles, o refrigerador DT52X aparece como o mais inovador. Equipado com uma tela de touchscreen, conta com dois aplicativos que indicam receitas saudáveis. “Criamos isso no Brasil, é um produto com proposta única”, enfatiza.
Retificação
Diferentemente do que foi publicado na edição de 2014 do ranking GRANDES&LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, elaborado por AMANHÃ e PwC, a Electrolux teve um crescimento de receita líquida da ordem de 7% em 2013, na comparação com o exercício de 2012. Confira na tabela a seguir o comportamento da receita líquida da Electrolux no Brasil, que passou de R$ 4,9 bilhões para R$ 5,2 bilhões em 2013.
Electrolux (valores expressos em R$ mil) | |||
2012 | 2013 | Variação (%) | |
Receita líquida | 4.910.588 | 5.261.284 | 7% |
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