Ano do Galo: hora de encarar o dragão chinês
As notícias sobre a China dão conta que o dragão diminuiu um pouco o ritmo, mas continua na marcha batida para chegar ao primeiro lugar no mundo, em tudo o que for possível, e alcançar 20% de participação mundial nas áreas estratégicas para o desenvolvimento: alimentos, energia, indústria, transporte ferroviário e marítimo etc. A China já é a maior economia do mundo, e continuará sendo em 2050, pela Paridade do Poder de Compra (PPP), segundo o estudo “The long view: how will the global economic order change by 2050?”, da PricewaterhouseCoopers UK, publicado em fevereiro de 2017 (disponível para download aqui). Nele, estima-se que a China seguirá firme e forte na liderança mundial. A Índia e os Estados Unidos trocarão de posições em 2050, ficando com o 2º e o 3º lugares, respectivamente, no ranking das maiores economias. Na sequência, Indonésia (8º para o 4º lugar) e o Brasil (7º para o 5º)!
A grandeza econômica deverá ser proporcional ao tamanho das populações desses países, com algumas notáveis diferenças: a Índia, hoje com 1,3 bilhão de habitantes, deverá atingir inacreditáveis 1,7 bilhão em 2050, segundo estimativas divulgadas pela ONU no ano passado (leia aqui). Ou seja, 400 milhões de pessoas (duas vezes a população brasileira) a mais nos próximos 33 anos! O enorme crescimento indiano ocorrerá ao mesmo tempo que a queda da população chinesa, que deverá passar dos 1,42 bilhão em 2030, para 1,35 bilhão em 2050. E, em 2100, a China deverá ter “apenas” 1 bilhão de habitantes – quantidade a que chegou em 1980, obrigando o governo do país a implantar a política demográfica que ficou conhecida como “Política do Filho Único”.
Em terceiro lugar na economia em 2050, os Estados Unidos ficarão em quarto em população, com 389 milhões de habitantes, atrás da Nigéria, que deverá chegar a 398 milhões; e a Indonésia, quarta colocada, com 322 milhões, ficará em 5º, seguida de perto pelo Paquistão, com 309 milhões. O Brasil, com 238 milhões, ficará em 7º lugar em número de habitantes. O grande salto no período será da Índia, que deverá mais do que dobrar o tamanho da sua economia, passando dos 7% de 2016 para 15% do total mundial em 2050. E a maior queda será da União Europeia, que cairá dos atuais 15% para apenas 9%. Os EUA cairão dos 16% do ano passado, para modestos 12% – mais modestos ainda quando se considera que o país já foi dono de um terço da economia mundial. A China, maior parceiro comercial do Brasil há oito anos, passará de 18% da economia mundial para 20%.
Portanto, não há mais como a futura quinta maior economia mundial deixar de levar a maior economia a sério. O Brasil tem de encarar o dragão chinês – e esse Ano do Galo pode ser o momento certo.
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