A China em sua nova jornada

O principal desafio é o acelerado envelhecimento e acentuada diminuição de sua população
Todos teremos de aprender como conviver com tanta gente idosa – quase metade das populações

Promovido pelo Grupo de Mídia da China (GMC), dia 9 de novembro, com especialistas em China do Brasil, Portugal, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, o diálogo online "A China na nova jornada e o mundo" tratou do papel do país no mundo nos próximos anos, a partir das definições do 20º Congresso do Partido Comunista, ocorrido em outubro, e das opiniões dos participantes sobre os temas propostos: "Desenvolvimento da China aos meus olhos", "Relações entre China e Países de Língua Portuguesa" e "Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade".

Esse foi o segundo evento do gênero em 2022, organizado pelo Departamento de Português, do Centro de Programação em Línguas Europeias e Latino-americanas do GMC. Em setembro, foi entre mídias da China e de países de língua portuguesa, com o tema "Responsabilidade Social em prol da Conectividade".

O CMG é uma estrutura estatal de mídia, que reúne a agência de notícias Xinhua, a rádio China Internacional e a rede de televisão CCTV – as três com filiais no Brasil. A rádio, por exemplo, tem textos em 53 idiomas e informa em seu site apresentar programas em 61 línguas, mais cinco serviços domésticos ("CRI Notícias", "EASY FM", "HIT FM", "Rádio Sala de Aula para Ensino de Línguas" e "Rádio Olímpica CRI") em nove idiomas, em Beijing, Shanghai, Guangzhou (Guangdong), Lhasa (Tibet), Xianmen (Fujian) e Yantai (Shandong).

Procurei destacar, em minha intervenção no evento do CMG, os aspectos que considero mais relevantes do desenvolvimento chinês: a redução da pobreza, a segurança alimentar da população, o aumento da cobertura florestal e a elevação do nível de escolaridade. A expectativa média de vida da China praticamente dobrou, desde a proclamação da República Popular, em 1949, quando era de 40,8 anos, para os 78 anos em 2021. E a mortalidade infantil caiu de 128 por mil, para os atuais 5,4 por mil.

Tais avanços são confirmados pelas Nações Unidas, através do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): em 1980, a China obteve 0,407 pontos, bem abaixo da média mundial (0,561); em 2021, alcançou 0,768 pontos, acima da média mundial (0,737), ficando em 79º lugar no ranking – à frente do Brasil (84º). Causa e efeito desses avanços, o espantoso aumento do poder aquisitivo da população chinesa, entre 1990 e 2019, pela paridade do poder de compra.

Pode-se imaginar as dimensões dos desafios atuais enfrentados pela China, dos quais talvez o principal seja o acelerado envelhecimento e acentuada diminuição de sua população – a previsão para 2100 é de voltar a ter um bilhão de pessoas, a mesma quantidade que havia em 1981. Será um mundo de gente para ser cuidada e sustentada, por menos pessoas ativas economicamente. A humanidade desconhece como lidar com situação desse tipo e em tão grande escala. Todos teremos de aprender como conviver com tanta gente idosa – quase metade das populações. Há também o desafio ambiental, resultante do modelo de sociedade construído nos últimos 50 anos, com gigantesca concentração populacional nas áreas urbanas, principalmente da região litorânea; mais de 250 milhões de veículos; e a matriz energética ainda dominada pelo carvão, apesar dos crescentes investimentos em fontes renováveis de energia e em várias importantes ações para reduzir as emissões de poluentes.

A atividade do CMG dia 9 coincidiu com o final da 5ª Feira de Importação e Exportação da China, em Shanghai, megaevento receptivo que expressa a nova política chinesa de abertura comercial – é uma feira na qual o mundo vai lá vender. Nessa edição agora participaram 2.800 empresas, de 127 países e regiões, negociando um total de US$ 73,5 bilhões. Acabada a 5ª edição, já estão chamando para a 6ª, em 2023. Pode parecer distante, mas em se tratando de ir à China (ainda mais se o interesse for participar com estande e não apenas visitar), é bom começar a pesquisar logo.

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Quinta, 21 Novembro 2024

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