Produção industrial gaúcha recua 6,9% em fevereiro
Com a variação negativa de 0,2% na produção industrial nacional em fevereiro ante janeiro, cinco dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional também recuaram. As quedas mais acentuadas nesse período vieram de Rio Grande do Sul (-6,9%) e Mato Grosso (-4,9%). Os dois estados já haviam recuado no mês anterior. No acumulado do ano, a indústria caiu 1,1% e os resultados negativos foram disseminados por 11 dos 18 locais pesquisados nesse indicador. Já no acumulado em 12 meses, a variação negativa alcançou 9 de 15 locais. Os dados foram divulgados pelo IBGE.
Em janeiro, a produção industrial do Rio Grande do Sul havia caído 4,6% e, com o resultado de fevereiro, acumulou perda de 11,2%. "Na passagem de janeiro para fevereiro, a produção industrial nacional teve o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 0,6% nesse período. A maior influência sobre esse recuo de fevereiro veio do Rio Grande do Sul, que foi impactado pelos setores de derivados do petróleo e de veículos", explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. O pesquisador conta que as férias coletivas no setor de veículos em fevereiro impactaram a produção industrial do segmento no Rio Grande do Sul e no resultado nacional. "Esse setor vem diminuindo o ritmo de produção em razão do encarecimento de matérias-primas e do desabastecimento de insumos e, do lado do consumo, há a perda do poder de compra das famílias, com a inflação ainda em patamares elevados. Isso não favorece a produção desse tipo de indústria, que, para diminuir o excesso de produção, usa o artifício de ceder férias coletivas, o que causa a queda de ritmo", afirma.
São Paulo (-0,7%), estado responsável por cerca de um terço da produção industrial do país, recuou pelo terceiro mês consecutivo, acumulando nesse período queda de 4,7%. O resultado da indústria paulista em fevereiro foi o segundo de maior influência negativa sobre o índice nacional. "A indústria de alimentos influenciou essa queda, com os impactos sobre esse setor causados pelo embargo das carnes brasileiras pelo governo chinês na última semana de fevereiro. Outra explicação para essa perda é a estratégia de produção do próprio segmento no que tange a sua cadeia produtiva, já que, nos últimos meses de 2022, houve ganho acumulado", analisa Almeida. Já a retração da produção mato-grossense foi impactada principalmente pelo setor de produtos químicos. "Nesse segmento, houve redução na produção de fertilizantes. A indústria do estado também sofreu os impactos dos resultados negativos dos derivados do petróleo e do setor de alimentos, já que um dos principais produtos dentro desse segmento no Mato Grosso é a carne bovina", diz o analista.
Em fevereiro, Goiás (-2,5%), Ceará (-1,9%) também recuaram. No lado positivo, Pernambuco (8,8%) teve a maior expansão do mês e o segundo avanço seguido, acumulando no período ganho de 27,1%. A Bahia (4,9%), que tinha registrado variação negativa de 0,2% no mês anterior, apresentou a segunda maior expansão e a segunda maior influência positiva sobre o resultado nacional entre os locais pesquisados. Os demais resultados positivos vieram de Minas Gerais (3,3%), Pará (2,7%), Região Nordeste (2,5%), Santa Catarina (1,8%), Espírito Santo (1,6%), Amazonas (1,6%), Rio de Janeiro (1,1%) e Paraná (0,4%).
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