Produção de automóveis poderá ser até 10% maior neste ano

Já as vendas de novos veículos podem variar de queda de 1% a crescimento de 3%
Calcula-se que a indústria automotiva global perderá de 7 milhões a 9 milhões de veículos produzidos em 2021, retornando a níveis de 2020

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou nesta quarta-feira (6) suas novas previsões para o fechamento do ano em licenciamento, produção e exportação de novos veículos. A atual crise de fornecimento dos semicondutores tem impactado a fabricação de veículos no mundo todo. Calcula-se que a indústria automotiva global perderá de 7 milhões a 9 milhões de veículos produzidos em 2021, retornando a níveis de 2020.

A falta de insumos, aliada ao aumento de custos e dificuldades logísticas, também tem afetado diretamente a produção do setor no Brasil. Este cenário fez com que a associação precisasse revisar suas projeções para o ano. A dificuldade é grande, dadas as incertezas geradas pela crise dos semicondutores. Com isso, a Anfavea trabalha com um intervalo de possibilidades para o ano, a depender do abastecimento para a produção de suas fábricas.

As vendas de novos veículos este ano podem variar de 2,038 milhões a 2,118 milhões, ou seja, com cenários de queda de 1% a crescimento de 3% na comparação com 2020. A produção deverá variar entre 2,129 milhões e 2,219 milhões, o que representará um aumento de 6% a 10% quando comparado com o ano anterior. Já as exportações ficarão em um intervalo de 357 mil a 377 mil unidades, alta de 10% a 16%.

"Nunca havíamos tido tanta dificuldade em enxergar o cenário em curto prazo na indústria automotiva. As incertezas para garantir a produção de veículos é grande com a crise de fornecimento global. Estamos presenciando uma procura por parte dos consumidores para compra de novos produtos, mas não temos unidades para atender à demanda", explicou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, em coletiva acompanhada pelo Portal AMANHÃ.

"Este ano a grande dificuldade será entregar os pedidos já comprometidos com locadoras, frotistas, a rede de concessionárias e os distribuidores da América Latina, no caso das exportações. No primeiro semestre de 2022 que poderemos medir o mercado interno com o poder de compra diminuído em razão do desemprego, inflação e alta de juros", detalhou Moraes.

Resultados até setembro
A associação divulgou também o balanço da indústria automobilística até setembro. No último mês, 155,1 mil veículos foram licenciados, o que significa queda de 10,2% sobre agosto, com 172,8 mil unidades. Este é o pior resultado do setor desde junho de 2020. Quando analisado o acumulado do ano, a comercialização cresceu 14,8%, com 1,577 milhão este ano e 1,374 milhão em 2020. O dado foi impulsionado especialmente pelo segmento dos comerciais leves, que envolve picapes, furgões e vans.

As exportações registraram 277 mil unidades no período acumulado de 2021, um aumento de 33,8% frente às 207 mil do ano passado. Porém, na análise mensal, há um recuo de 19,7%, com 23,6 mil unidades em setembro comparadas às 29,4 mil em agosto. A baixa das exportações no ano ocorreu principalmente em razão da crise de abastecimento dos semicondutores nas montadoras.

Ao todo, 173,3 mil unidades foram produzidas no último mês, uma diminuição de 21,3% sobre as 220,2 mil de setembro do ano passado. Nos nove meses já transcorridos do ano, a indústria fabricou 1,649 milhão de unidades, o que representa uma expansão de 24% em relação ao volume de 1,330 milhão do ano passado. Apesar do número positivo no acumulado, o número ainda está bem aquém do desejado e esperado. O volume fabricado até setembro foi puxado em sua maioria pelos comerciais leves (+46,5%) e pelos caminhões (+103,7%).

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