Movergs é contra medidas anunciadas pela Argentina

O retorno de licença não automática de importação poderá penalizar o setor
País vizinho foi o sétimo maior destino das exportações de móveis gaúchos no ano passado

O anúncio por parte do governo argentino de retorno da licença não automática de importação sobre os móveis, bem como o encurtamento de 180 para 90 dias do prazo de validade e a demora na aprovação dessas permissões, gerou surpresa e evidente manifestação contrária por parte Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), entidade que representa o setor moveleiro gaúcho. De acordo com o presidente da Movergs, Rogério Francio, as negociações com esse parceiro comercial têm reduzido ano após ano e serão ainda mais afetadas com essas novas medidas.

Em 2010, a Argentina foi o segundo maior destino das exportações do Rio Grande do Sul, enquanto em 2019 os embarques para o país vizinho atingiram US$ 943,9 milhões, representando apenas o sétimo maior destino das exportações de móveis gaúchos, um déficit comercial de 30% na comparação há uma década. Entre janeiro e setembro de 2020, as exportações continuaram em queda, fazendo com que a Argentina caísse para o oitavo no ranking, representando redução de 6,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A informação provocou movimentos em várias frentes por parte da Movergs: foram encaminhados ofícios tanto ao embaixador argentino, Daniel Scioli, quanto ao ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Henrique Fraga Araújo, no sentido de propor que a medida seja reconsiderada. Ao mesmo tempo, por meio da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), serão solicitadas providências junto à frente parlamentar do setor moveleiro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

Francio ressalta, por meio de nota, que o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai são membros fundadores do Mercosul e signatários do Tratado de Assunção de 1991 e entre os objetivos estão a livre circulação interna de bens, serviços e fatores produtivos, visando a cooperação e desenvolvimento econômico da região. "É fundamental buscarmos alternativas que ampliem a cooperação entre os países de forma a fortalecer os importantes vínculos comerciais, especialmente diante de um cenário de pandemia, o que tem gerado permanentes incertezas para os negócios", clama o dirigente.

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Sexta, 08 Novembro 2024

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