Falta de recursos em fundo para inovação afeta competitividade, alerta Fiesc
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) está preocupada com a recente suspensão de novos financiamentos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) via agentes financeiros e com a redução orçamentária prevista para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) no projeto de lei orçamentária deste ano. Isso porque o FNDCT é a principal fonte de recursos da agência de fomento à inovação, e uma redução no orçamento do fundo afetará a capacidade da Finep de retomar a concessão de crédito à inovação.
"Essas medidas comprometem seriamente a capacidade do setor produtivo de continuar investindo em inovação, tecnologia e desenvolvimento industrial, pilares essenciais para a competitividade da indústria catarinense e brasileira. A decisão da Finep de suspender novas submissões de projetos surpreendeu empresas e instituições que contavam com esse apoio para viabilizar suas estratégias de pesquisa e desenvolvimento", afirma o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar. A Finep justifica a suspensão alegando que o limite de recursos para 2025 foi atingido em tempo recorde. Na avaliação da Fiesc, o volume de demanda apenas reforça a necessidade de ampliar, e não restringir recursos – como prevê a proposta de redução de 18% no FNDCT – para seguir viabilizando os investimentos em projetos inovadores.
Para a Fiesc, a proposta de redução no orçamento do Fundo – de R$ 12,7 bilhões em 2024 para R$ 10,3 bilhões em 2025 – representa um retrocesso no esforço nacional para fomentar a inovação. "O FNDCT tem sido um instrumento crucial para financiar projetos estratégicos em diversas áreas, incluindo a Indústria 4.0, biotecnologia, energias renováveis e digitalização de processos produtivos. Reduzir esse orçamento significa enfraquecer a capacidade do Brasil de competir globalmente, colocando em risco avanços tecnológicos essenciais para o futuro do país", salienta Aguiar.
A Fiesc destaca ainda que Santa Catarina tem um ecossistema industrial e tecnológico reconhecido nacional e internacionalmente, com empresas que utilizam do financiamento público para inovação e modernização. O presidente da entidade explica que o corte abrupto desses recursos impacta diretamente a competitividade do estado e pode gerar um efeito cascata, reduzindo empregos, investimentos e o crescimento de novos negócios. "O setor produtivo exige previsibilidade e políticas públicas coerentes com as necessidades do país, e mudanças repentinas nas regras do jogo geram insegurança e desestímulo ao investimento privado", afirma Aguiar. "É fundamental que os recursos para inovação sejam assegurados e ampliados, garantindo que Santa Catarina continue sendo um polo de referência em desenvolvimento industrial e tecnológico. O setor produtivo catarinense não aceitará medidas que comprometam seu crescimento e sua capacidade de inovar", reitera o presidente da Fiesc.
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