Profissionalização de negócios familiares dá novo sentido ao family office
É comum encontrar em empresas familiares estrutura montada para gerir o patrimônio e os investimentos, chamada de family office. Esse tipo de serviço ganhou força especialmente com a profissionalização dos sucessores nos negócios familiares, que passam a se dedicar mais à gestão dos negócios e deixam as questões patrimoniais a cargo de especialistas. O tema foi abordado no quarto módulo da formação executiva oferecida pela Academia Fiesc de Negócios com foco na sucessão familiar. Os encontros ocorrem nesta terça (18) e quarta-feira (19) na sede da federação em Florianópolis.
"Familiares confundiam os papéis dentro da empresa e, por vezes, utilizavam a estrutura para resolver questões pessoais. No entanto, essa separação de papéis já está bem absorvida nos conselhos. O uso do family office nesse sentido também vem perdendo espaço, pois a estrutura passou a ter como foco a gestão do patrimônio", frisa Josenice Blumenthal, professora da Business School São Paulo que conduz as atividades desse módulo. Entender a realidade da família que comanda os negócios também é crucial para conduzir a sucessão, observa Josenice. "Organizar esse processo exige adaptar-se à cultura das famílias, enxergar quais hábitos estão 'oficializados' e aplicar as adaptações gradativamente com as gerações seguintes. É preciso conscientização antes de tudo, sem imposições", afirma.
Os executivos que participam da formação conheceram o case da Daxia, indústria paulista que produz ingredientes e aditivos para alimentos, bebidas, nutrição animal, cosméticos, entre outros. A empresa foi criada em 1994 por Lorival Marcuso Blanco e, atualmente, seus três filhos atuam nos negócios. Quando deu início à companhia, Blanco focou no fornecimento de matéria-prima para o setor de alimentos, tintas e vernizes. Com o crescimento da empresa, incluiu os filhos, expandiu a oferta para outros segmentos e internacionalizou os negócios, passando a suprir outros mercados da América Latina. "Além da experiência que meus filhos já tinham adquirido em outras companhias, investimos numa formação própria para sucessores. Foi como uma semente que fomos regando até dar flores e frutos. Aprendemos a separar as questões pessoais da empresa e nosso anseio é que as próximas gerações sigam perpetuando os negócios", afirma Lorival.
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