Pitch é muito mais do que um papo rápido de elevador
Elevador. Você ali, aguardando aqueles poucos segundos, pensando no dia a dia, tarefas que tem para realizar ou assunto que pode introduzir caso a porta se abra e entre alguém. Dentre os infindáveis assuntos de elevador, amenidades como o clima estão no topo do ranking. Porém, no momento em que a porta se abre, não é qualquer pessoa que entra – e sim aquela que você estava há meses tentando encontrar, para vender, passar uma mensagem, buscar uma parceria ou apresentar seu negócio. É o seu momento, chegou sua vez de tomar a frente de uma apresentação “relâmpago”, no entanto, precisa ser clara e objetiva. E aí? E agora? Como fechamos essa conta? Como marcar, ser impactante, mas, ainda assim, com uma exatidão, uma precisão cirúrgica, sem faltas ou excessos?
Durante muito tempo, o termo pitch ficou restrito às start-ups, ao mundo digital, da tecnologia, onde você tinha uma brilhante ideia, porém, precisava de investidores, pessoas que estivessem convictas de que era realmente um bom negócio e que se dispusessem a investir. Apesar de o conceito de start-up e, consequentemente, o pitch estarem ligados à tecnologia, isso não é regra. O fato é que esse conceito, hábito comum no mundo digital, já caiu no mundo real, e hoje podemos vivenciar o pitch em diversas situações. Porque ele pode surgir a todo público e momento. Afinal, boas oportunidades não escolhem hora nem lugar.
É importante você saber que seu negócio deve estar bem claro, no que diz respeito a estratégia, operação e modelo econômico. E a ideia de escalonamento e repetição visa atingir um grande número de pessoas. Afinal de contas, quanto maior a abrangência de sua ideia, mais interesse vai despertar no investidor. Concorda? Essa escalabilidade nada mais é do que alcançar um grande número de pessoas sem que, para isso, o custo inicial aumente demasiadamente. Assim, ser escalável significa potencial de crescimento sem limites, o que faz acender, e muito, o interesse de um investidor. É bom você ter sempre em mente que um investidor não vai investir onde não sente segurança, ou quando percebe que o planejamento da ideia não está muito claro, ou, ainda, que vai abranger um número pequeno de pessoas. Por isso, estratégia, conhecimento do que você fala e um bom toque pessoal para envolver os presentes são fatores tão importantes.
E por que pitch? Pitch é conhecido como arremesso no beisebol, e, apesar de não termos tanta familiaridade com esse esporte no Brasil, fica claro que pitch é uma jogada. E é exatamente isso: o arremesso, o lançamento de uma boa ideia. É a limpeza de todo o excesso, todo blá, blá, blá, a concentração apenas do que importa.
Certo dia, meu filho, me ouvindo explicar o que era pitch a um cliente, disse:
? Mãe, esse pitch é o famoso “vai que cola”. Joga a ideia, planta a semente, vai que pega.
E é bem isso: vai que cola?
O tempo é curto e você tem muito a dizer, um minuto, talvez menos. O curto espaço de tempo não permite erro, por isso, o interesse deve ser gerado rapidamente, a atenção mantida, o entendimento sobre sua ideia criado e, assim, a adesão surge. E o que era difícil acontecer antes, uma enorme coincidência, hoje, diante da proliferação de novos negócios, a queda de fronteiras, resultado da internet ou um encontro improvisado pode definir uma venda, uma avaliação de um projeto ou um parceiro para sua ideia. Isso não se restringe somente a um ambiente de elevador, que é apenas uma denominação, pode acontecer no momento do café, em salas de reuniões, quando você busca seu filho na escola ou até mesmo em um auditório para uma grande plateia. O que define um pitch é sua clareza, objetividade e concisão. E a situação é a vida e, junto com ela, vem toda sua imprevisibilidade.
Se existem vários ambientes para que um pitch ocorra, claro que também existem muitos tipos e tempos para que ele aconteça. No fundo, você vai perceber que o pitch está no seu dia a dia – e é muito mais do que um papo rápido de elevador.
*Personal e professional coach, palestrante e jornalista. Especialista em comportamento, liderança feminina, gestão pública e comunicação.
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