Paraná anuncia medidas restritivas para sete regiões
O governo paranaense anunciou nesta terça-feira (30) novas medidas para conter o avanço do coronavírus. A decisão leva em conta a taxa de incidência da Covid por 100 mil habitantes, o número de mortes por 100 mil habitantes e a ocupação dos leitos de UTI. As determinações passarão a valer a partir desta quarta-feira (1). As novas medidas valem para Curitiba e região metropolitana, Cascavel (foto), Londrina, Foz do Iguaçu, Toledo, Cornélio Procópio e Cianorte. As restrições impactarão quase 6,3 milhões de pessoas, em 134 cidades do Paraná. Essas sete Regionais de Saúde concentram 75% dos casos de coronavírus.
O governador Ratinho Junior chamou a atenção para a falta de medicamentos, especialmente os utilizados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). "Está acabando em todo o mundo os medicamentos utilizados para aqueles pacientes que precisam ser entubados. O problema do [da compra do] respirador acabou, mas começou esse", declarou. Ratinho ainda declarou que aguarda uma resolução do Ministério da Saúde para o caso. "E mais: há escassez de médicos intensivistas. Por isso precisamos fazer com que essa curva perca velocidade para nossa estrutura de saúde aguentar", afirmou em coletiva de imprensa acompanhada pelo Portal AMANHÃ.
"Somente hoje tivemos 36 cidadãos paranaenses que perderam suas vidas", anunciou Beto Preto, secretário da saúde. O titular da pasta também revelou que o índice de isolamento no Paraná tem ficado em torno de 40%, quando o ideal seria 55%. Preto também entende que o pico da contaminação não foi alcançado ainda. "Não chegamos ao pico ainda no Paraná, porém a aceleração do aumento de casos no último mês e o aumento da velocidade na última quinzena foram sinais claros que era preciso colocar em marcha essas medidas mais restritivas", contou.O governador também deixou claro que não está decretando lockdown, mas caso seja necessário, a medida poderá ser colocada em curso. "Esperamos que a quarentena regional tenha apoio da população como foi no começo [da pandemia], pois isso vai ajudar a frear o avanço do vírus. Caso tenha descontrole total, existe possibilidade de fazer lockdown", avisou.
Por 14 dias – prorrogáveis por mais sete, se necessário –, ficam restringidas as atividades econômicas não essenciais (shoppings, galerias, comércio de rua, feiras, salões de beleza, academias, bares, casas noturnas). O transporte público poderá atender somente os funcionários dos serviços considerados essenciais, e os veículos só poderão circular conforme a quantidade de assentos. Também fica proibida a circulação de pessoas em vias públicas das 22h às 5h.
O funcionamento dos mercados ficará restrito de segunda a sábado, das 7h às 21h. O fluxo ficará limitado a 30% da capacidade total, devendo ser controlado com a distribuição de senhas. O acesso será limitado a uma pessoa da família e está proibida a entrada de menores de 12 anos. Também fica suspenso o funcionamento de serviços de conveniência em postos de combustíveis – exceto nas rodovias.
Restaurantes e lanchonetes poderão atender somente no sistema drive-thru, delivery ou take away (retirada no balcão). Reuniões profissionais ou pessoais devem ser realizadas virtualmente e, quando necessário, com no máximo 5 cinco pessoas e afastamento de dois metros entre si. A abertura de parques, praças e demais áreas coletivas ao ar livre fica a critério de cada prefeitura. A fiscalização será realizada pela Polícia Militar em parceria com as guardas municipais, sob pena de multa em caso de descumprimento. Também serão suspensas as cirurgias eletivas diante da escassez de medicamentos anestésicos e relaxantes musculares.
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